sexta-feira, 21 de junho de 2013

Porquê resistir?

 

«Porque somos professores, queremos ser professores e temos memória.
Há quase um ano atrás (Julho de 2012) o MEC, com Nuno Crato, concretizou o maior despedimento coletivo já verificado em Portugal: mais de 20.000 professores inscritos nos centros de emprego, o que corresponde a um aumento de 151% em comparação com igual período em 2011… COMO?
- alterações na carga letiva de alunos e profs pomposamente chamadas de revisão da estrutura curricular (fim do par pedagógico em EVT, área de projeto, estudo acompanhado e desdobramento de turmas para realização de trabalho experimental, diminuição da carga letiva total por disciplina...)
- criação de mais agrupamentos e mega-agrupamentos escolares…
- aumento do número de alunos por turma (em cerca de 15%), iniciado ainda no mandato Sócrates…
- passagem de trabalho letivo (apoio pedagógico acrescido, por exemplo) para componente não letiva e, sobretudo para as horas de redução da componente letiva…
- fim da/as horas de Formação Cívica e a redução obrigatória da componente letiva para a direção de turma…
Os professores que conseguiram ser contratados (muitos com mais de uma década de instabilidade) estão em escolas ainda mais distantes da sua zona de residência, recebem menos salário devido às imposições da tróica+governo, têm horários incompletos e/ou que só iniciaram após o começo do ano letivo, têm horários de 24 horas letivas mas o contrato assinala “22horas”, arcam com direções de turma sem redução letiva e são enxotados com o término das atividades letivas…

E agora? Já está? Não! Nos próximos meses serão despedidos, isto é, não contratados, vários milhares de professores. Como, já todos sabemos: 40 horas semanais de trabalho (como se as 35 horas atuais não nos obrigassem já a trabalhar bem mais que isto!), sobrecarga dos diretores de turma que perdem a redução na componente letiva, mobilidade especial para todos.
Em cerca de 5 anos, desapareceram cerca de 40.000 professores e aumentou brutalmente o trabalho para os que ainda podem ensinar. Os poucos que vierem a ser contratados no próximo ano letivo, poderão estar ainda mais longe de casa, com o seu horário de trabalho aumentado, com contratos ainda mais temporários e salários que não cobrem o custo de trabalhar.

O que fazer? Podes emigrar, reclamar o subsídio de desemprego que há-de terminar, mudar de profissão se houver possibilidade ou… usar as forças que te restam para defender a tua dignidade e a tua sobrevivência.
Ainda me lembro da ansiedade com que alguns de nós, contratados por esta escola, nos conhecemos em Setembro para, juntos, esperarmos uma entrevista que nos permitisse trabalhar e ser professores… Será que nos vamos encontrar novamente em Setembro?...»

(Email de uma professora contratada, dirigido aos seus colegas de escola, sobre as razões para fazerem greve).

4 comentários:

Anónimo disse...

Professores não deviam escrever "há quase um ano atrás". É pleonástico.

Anónimo disse...

E tu ? És só estúpido, ou és também corretor de ortografia?ou és pago pelo burro do crato?

Anónimo disse...

Não deixa de ser curioso que esta professora refira a redução de 40.000 professores nos "últimos 5 anos".

Talvez seja a necessidade de justificar a guerra que fizeram ao governo de Sócrates, por causa da avaliações. Ou uma tentativa de desculpar o Nogueira nas suas boas conversas com Passos Coelho...
Talvez apenas falta de informação.

Mas para que não passe em claro... há 5 anos atrás estávamos em 2008.
Utilizando numeros do final de 2007, existiam no sistema 174.002 professores. No final de 2010 (quando os professores se dedicavam a descer a avenida...) existiam no sistema 179.956 professores.
Neste periodo não existiu redução de numero de professores em nenhum grau de ensino.
http://www.pordata.pt/Portugal/Docentes+em+exercicio+nos+ensinos+pre+escolar++basico+e+secundario+total+e+por+nivel+de+ensino-240

Era no tempo em que tinhamos uma ministra da educação que tentava melhorar o ensino público, não exterminá-lo.

Agora, com a prestimosa ajuda (tambem) dos professores, do Nogueira e de todos os outros "defensores" da escola pública...é o que se vê.

Fazem greve exactamente porquê?
Não era por isto que lutavam quando desciam a avenida a insultar Maria de Lurdes Rodrigues? Pelo fim das avaliações?

Ganharam. Ninguem está interessado em avaliar professores desempregados.

Miguel

Anónimo disse...

"Há quase um ano atrás" não é um erro de ortografia. É um erro, mas não de ortografia, pois nenhuma das palavras está mal escrita. Qualquer estúpido sabe isto. E os professsores são todos pagos pelo burro do Crato. Seja como for, um professor não devia escrever "há quase um ano atrás".