«As contas públicas registaram um défice de 10,6% nos primeiros três meses do ano, de acordo com dados do INE. Vítor Gaspar já tinha anunciado que ficaria acima de 10% por causa da contabilização da injeção de capital no Banif. Os 700 milhões de euros com que o Estado entrou no capital do banco foram considerados despesa, uma vez que o Banif teve prejuízos e, ao mesmo tempo, não houve outros acionistas a entrar em simultâneo.
Mas, a verdade é que mesmo sem os 700 milhões de euros do Banif, o défice situou-se em 8,8%. Trata-se do valor mais elevado desde o segundo trimestre de 2011, ou seja, antes do início do programa da troika.
Para o conjunto do ano está prevista uma meta de 5,5% que será bastante difícil de atingir dado este começo. Basta ver que o défice de 4167 milhões de euros registado no primeiro trimestre esgota praticamente metade do teto definido para o conjunto do ano. Pode dar-se o caso, tal como já aconteceu no passado, de a troika deixar de fora a recapitalização do Banif para efeitos de cumprimento das metas do programa.
Em declarações aos jornalistas, o secretário do Estado do Orçamento, Luis Morais Sarmento, lembrou que o perfil de défice deste ano não é idêntico ao de 2012, entre outras coisas por causa do pagamento dos subsídios em duodécimos, e falou em "sucesso do programa de ajustamento" a partir da leitura dos dados.»
(João Silvestre, no Expresso)
Não tivesse já Vítor Gaspar justificado a quebra do investimento com a chuva (no primeiro trimestre do ano) e poderia agora atribuir esta colossal dilatação do défice a uma qualquer «vaga de calor», ocorrida entre Janeiro e Março.
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