terça-feira, 1 de julho de 2025

Medo do cuquedo


Perante a enésima viragem à direita do P sem S, e em breve sem P, o insuspeito Rodrigo Sousa e Castro pergunta: “Afinal têm medo de quê?”

Tenho uma lista não exaustiva dos medos do PS: tem medo da Comissão Europeia, do BCE e da Alemanha, tem medo do FMI, da NATO e dos EUA, tem medo dos sionistas e do seu terrorismo de Estado, tem medo do capital financeiro internacional e do capital reacionário nacional, tem medo do neoliberalismo e do seu plano B, o fascismo, e tem medo do grufalão e do cuquedo. 

Tem medo de tudo, em suma, incluindo da própria sombra histórica, do tempo em que era um instrumento tosco, mas um instrumento, das classes trabalhadoras para democratizar o capitalismo. 

Entre defender essas mesmas as classes trabalhadoras e o seu Estado de direito democrático e social ou defender o euro e a corrida armamentista, já escolheu, foi escolhido, há muito. 

Por isso, quando Carneiro diz que “quer plano pan-europeu para superar crise da social-democracia”, todos têm a obrigação de saber que isto só quer dizer mais do mesmo das últimas décadas, mas com cada vez menos força.

A questão é o que é que os verdadeiros socialistas que ainda há no PS vão fazer, a começar, sei lá, nas eleições presidenciais...