Adolfo Mesquita Nunes foi um dos mais destacados quadros do CDS, chegando a Secretário de Estado do turismo durante o governo da troika. Imitando o seu mentor Paulo Portas, passou administrador não executivo da Galp, sendo, ao mesmo tempo, um dos dinamizadores do generosamente financiado -liberdade e professor auxiliar convidado na Nova SBE. Agora, chega a vice-presidente da super-lucrativa Galp, a encarnação do capitalismo fóssil.
É um intelectual orgânico das frações mais agressivas do
capital. Ao contrário da tese hayekiana sobre a ordem espontânea, título da coluna que Mesquita Nunes teve no Negócios, o capitalismo sem
freios e contrapesos à altura, fruto de todas as privatizações e
liberalizações, é uma ordem politicamente construída. E tem padrões muito claros de distribuição regressiva, com toda uma infraestrutura intelectual para assegurar a sua reprodução política.
Nesta ordem, a grande
empresa dita privada é um actor político de primeiro plano. Paula Amorim, um
dos principais rostos do porno-riquismo
em Portugal, sabe bem o que faz. E Mesquita Nunes também. Política com grandes
meios. Sim, a política nunca fica para trás. Aliás, quando os jornalistas falam de política pura e dura é nestas ligações que devem atentar.
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