quarta-feira, 2 de julho de 2025

Não falha


Excerto de um artigo no Financial Times, da autoria de Edward Luce, responsável editorial pelos EUA: “grande transferência orçamental dos pobres para os ricos”. 

Não falha: o neofascismo é o plano B do neoliberalismo, o prolongamento mórbido do paradigma com esteróides, apostado na cada vez mais violenta redistribuição regressiva de recursos, de baixo para cima, na pirâmide social. 

As ameaças aos socialistas são parte do projeto, incluindo a ameaça de retirarem a cidadania norte-americana a Zohran Mamdani, corajoso candidato democrático contra o establishment de Nova Iorque e para lá dela.

Pátria ou morte, venceremos


O movimento revolucionário educou-se sempre no ódio à discriminação racial e aos progroms de qualquer tipo. E, desde o mais profundo das nossas almas, repudiamos com todas as nossas forças a desapiedada perseguição e o genocídio que, no seu tempo, o nazismo desencadeou contra o povo hebreu, mas não me consigo lembrar de nada mais parecido na nossa história contemporânea do que o desalojamento, perseguição e genocídio que hoje realizam o imperialismo e o sionismo contra o povo palestiniano. Despojados das suas terras, expulsos da sua própria pátria, dispersos pelo mundo, perseguidos e assassinados, os heróicos palestinianos constituem um exemplo impressionante de abnegação e patriotismo e são o símbolo vivo do maior crime da nossa época.

Imortal Fidel Castro, 1979.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Medo do cuquedo


Perante a enésima viragem à direita do P sem S, e em breve sem P, o insuspeito Rodrigo Sousa e Castro pergunta: “Afinal têm medo de quê?”

Tenho uma lista não exaustiva dos medos do PS: tem medo da Comissão Europeia, do BCE e da Alemanha, tem medo do FMI, da NATO e dos EUA, tem medo dos sionistas e do seu terrorismo de Estado, tem medo do capital financeiro internacional e do capital reacionário nacional, tem medo do neoliberalismo e do seu plano B, o fascismo, e tem medo do grufalão e do cuquedo. 

Tem medo de tudo, em suma, incluindo da própria sombra histórica, do tempo em que era um instrumento tosco, mas um instrumento, das classes trabalhadoras para democratizar o capitalismo. 

Entre defender essas mesmas classes trabalhadoras e o seu Estado de direito democrático e social ou defender o euro e a corrida armamentista, já escolheu, foi escolhido, há muito. 

Por isso, quando Carneiro diz que “quer plano pan-europeu para superar crise da social-democracia”, todos têm a obrigação de saber que isto só quer dizer mais do mesmo das últimas décadas, mas com cada vez menos força.

A questão é o que é que os verdadeiros socialistas que ainda há no PS vão fazer, a começar, sei lá, nas eleições presidenciais.