domingo, 20 de julho de 2025

Sei que ajudei


Há um quarto de século que não participava numa jornada de trabalho da Festa do Avante, uma construção política ímpar em Portugal, feita com trabalho militante, algo que os liberais de tantos partidos nunca compreenderão. 

Apesar de não ser militante, e em linha com alguns apoiantes, fi-lo ontem e com o meu filho. A elisão da separação entre trabalho manual e intelectual e o espírito comunitário de entreajuda e fraternidade mantêm-se. Ele ficou genuinamente satisfeito com o resultado final e com o seu afincado contributo para que um terreno relativamente grande tivesse ficado limpo de palha: “quando vier cá, sei que ajudei a fazer isto”. 

A pedagogia sempre política deve passar pelo cultivo desta consciência social, contra o individualismo possessivo do neoliberalismo: só somos verdadeiramente livres quando trabalhamos para propósitos comuns, quando somos resgatados pela primeira pessoa do plural.

1 comentário:

  1. António de Sousa Ramalhete20 de julho de 2025 às 11:52

    Estive lá, teria 15, 16 ou 17 anos nos anos '80, as primeiras vezes ainda no Alto da Ajuda.
    Tenho algumas saudades.
    Era emocionante fazer a nossa pequeníssima parte na construção de uma Cidade, ainda que efémera.
    Lá estarei em Setembro.

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