Com mordacidade, Branko Milanovic, um importante economista da desigualdade, cada dia mais heterodoxo, resumiu bem aquilo em que se tornou o programa científico dos três “Prémios Nobel” da Economia de hoje, capitaneados por Daron Acemoglu: “páginas da Wikipédia com regressões”.
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Em memória, haja memória
Com mordacidade, Branko Milanovic, um importante economista da desigualdade, cada dia mais heterodoxo, resumiu bem aquilo em que se tornou o programa científico dos três “Prémios Nobel” da Economia de hoje, capitaneados por Daron Acemoglu: “páginas da Wikipédia com regressões”.
Enganem os jovens a ver se eles deixam
Embora incida sobre os rendimentos individuais, o IRS (tal como as contribuições para a Segurança Social) representa antes de mais um custo para os empregadores. Quando quer recrutar alguém, para o mesmo nível de salário líquido, uma empresa terá de suportar mais despesas quanto mais elevadas forem as taxas de imposto sobre os rendimentos singulares. Assim, o efeito directo de uma descida do IRS é a redução dos custos totais que as empresas suportam – e não um aumento do rendimento líquido dos trabalhadores.
Aquilo que as empresas fazem com a redução dos custos que daí decorre pode variar muito: algumas reduzem os preços, esperando com isso conquistar uma maior quota de mercado, caso tenham capacidade produtiva por utilizar; outras aumentam os salários, na expectativa de conseguirem atrair e reter os trabalhadores mais capazes [sejam jovens ou não]; podem também contratar mais pessoal sem alterar as remunerações, se isso lhes permitir produzir mais e lucrar com esse aumento da produção; em alternativa, a maior disponibilidade de recursos poderá ser canalizada para a aquisição de equipamentos ou o pagamento de dívidas passadas (principalmente em empresas com maiores restrições de liquidez); algumas empresas, simplesmente, usam por inteiro a descida do IRS para distribuir lucros aos proprietários.
O problema do IRS Jovem não é apenas ser ineficaz, para a esmagadora maioria dos jovens portugueses, nos objectivos que se propõe atingir. São também os elevados custos que acarreta, sob a forma de despesa fiscal: de acordo com a proposta de Orçamento do Estado apresentada pelo Governo, o IRS Jovem vai custar aos cofres públicos, só em 2025, perto de 800 milhões de euros – mais do que os recursos destinados a toda a rede de educação pré-escolar existente (e ainda incompleta) em Portugal, ou que os investimentos previstos no parque público de habitação. Com os recursos que assim se perdem seria possível fazer bem mais e melhor para responder às dificuldades que os jovens enfrentam no nosso país. Talvez não rendesse tantos votos, mas faria mais a diferença.
O resto do meu texto pode ser lido no Público de hoje, em papel ou online.
domingo, 13 de outubro de 2024
Como se o blogue fosse um diário
OE 2025: entre o simulacro e o logro, o teto de que não se fala
sábado, 12 de outubro de 2024
Troika neoliberal
1. Com esta declaração retintamente antissocialista – o socialismo ou é o esforço para democratizar a economia ou não é nada –, Pedro Siza Vieira filia-se, sem surpresa, numa tradição de antigos ministros da Economia do PS que alinham pelo mais retinto diapasão neoliberal. A colonização dos partidos socialistas, social-democratas ou trabalhistas europeus é um processo já muito estudado, mas o papel da europeização é relativamente subestimado, como já defendi.
Algo não bate certo
Procurando aparentemente dar um sinal de agrado aos proprietários, que não tardaram a aplaudir a intenção, o governo inscreveu, na proposta de OE, o propósito de adotar «as medidas necessárias para a conclusão dos processos de transição dos contratos de arrendamento habitacional anteriores a 1990». Para tal, e «de modo a repor a justiça no tratamento destas situações», comprometeu-se a assegurar, «aos arrendatários em situação de carência», o apoio necessário para «suportar a atualização das rendas».
Tudo leva a crer, portanto, que o governo se dispunha a descongelar as rendas antigas. Contudo, a secretária de Estado da pasta veio já esclarecer que o executivo não só não vai proceder ao descongelamento das rendas como não pretende alterar o regime em vigor. Do que se trata, segundo Patrícia Gonçalves Costa, é apenas «garantir um tratamento justo» a inquilinos e senhorios, assegurando a estes últimos «a eficácia do mecanismo de compensação» e «condições para que os imóveis se mantenham em bom estado e proporcionem melhor qualidade de vida aos inquilinos».
Dir-se-á, portanto, que estamos perante uma subsidiação das rendas antigas (visando compensar os senhorios) e não perante o seu descongelamento. Mas algo aqui não bate certo.
Por um lado, se apenas se trata de subsidiar as rendas antigas, então as mesmas não passam para o NRAU (Novo Regime de Arrendamento Urbano). Isto é, não são liberalizadas, não são descongeladas. Mas sendo assim, por que pretende o governo tomar «as medidas necessárias para a conclusão dos processos de transição dos contratos de arrendamento habitacional anteriores a 1990»? Transição para onde, transição para o quê?
Por outro lado, subsidiar as rendas antigas, em casos de carência, significa que o senhorio passa a receber pelas mesmas o respetivo valor de mercado (pagando o inquilino, como até aqui, apenas o valor congelado). Mas que sucede então nos restantes casos, de não carência? O inquilino passa a pagar por inteiro a renda atualizada? Isso não é descongelamento? Ou vai afinal o Estado, ao contrário do que é dito, subsidiar todas as rendas? Não se percebe.
O que se percebe, no meio deste arrazoado e do recuo do governo, é que a coisa parece ter sido feita em cima do joelho. A intenção de concluir a liberalização dos contratos anteriores a 1990 está lá. Mas por alguma razão - as reações entretanto surgidas, a memória dos despejos com a Lei Cristas, ou o não querer fazer nada que lembre a PAF (apesar da mesma visão) - o governo decide recuar, ficando atarantado no meio de uma ponte que parece não ter saída.
sexta-feira, 11 de outubro de 2024
Quem ganha mesmo com a redução do IRC?
quinta-feira, 10 de outubro de 2024
Repetir sempre, as vezes que for necessário
«Mais de metade do IRC em Portugal é pago pelo setor financeiro, pelo setor imobiliário e pelo setor do comércio. E eu pergunto se é com benesses fiscais a estas empresas, que têm estas atividades, com os lucros que devem ter, essa não é a questão… A questão é se é isto que nós achamos vai transformar a nossa economia.
Porque se nós queremos apostar numa transformação da economia baseada em investimento de alto valor acrescentado, tecnologicamente avançada e com grande capacidade de arrastamento do resto da economia nós já temos instrumentos fiscais para o fazer. Já existem e podem ser afinados. Nós temos um regime fiscal de apoio ao investimento que permite negociar – perante investimentos que sejam de interesse para o país – situações que são, praticamente, de isenção fiscal durante uma década. Portanto, o país tem investimentos para utilizar seletivamente a atração do investimento que transforma a economia.
Uma medida destas [descida transversal do IRC] vai fazer duas coisas. Vai apoiar um conjunto de setores que são mais do mesmo, que não transformam a economia. Mais do mesmo, é fazer o mesmo que andámos a fazer… São setores tendencialmente não transacionáveis, que levam a alguma acumulação de dívida externa, que não arrastam o resto da economia atrás de si… E como se não bastasse, são uma perda de receita fiscal de centenas de milhões de euros que nós podíamos estar a utilizar para outros fins, como a qualificação de pessoas. Fala-se por exemplo, no IRS, em manter as pessoas no país, no IRS Jovem. Bom, nós com um décimo da receita que vamos perder com o IRS Jovem conseguíamos universalizar boa parte das creches em Portugal. Há coisa mais importante para as famílias, para ficarem no país, do que terem a garantia de que conseguem ter educação básica para os seus filhos?»
Ricardo Paes Mamede, Tudo é Economia (a partir do minuto 15)
Hoje de manhã, um ouvinte que participou no Fórum da TSF queixava-se do burburinho mediático em torno do Orçamento, afirmando que o necessário era fazer reformas estruturais. Curiosamente, e apesar de a ideia de «reformas estruturais» ter entrado no espaço público pela mão da direita neoliberal, para abrir caminho a privatizações e ao desmantelamento de serviços públicos, o referido ouvinte apenas dizia que o governo devia pensar em reformar, «à direita ou à esquerda». Talvez por isso me tenha lembrado deste excerto da intervenção de Ricardo Paes Mamede, em debate com Paulo Núncio, no último Tudo é Economia. Reformas estruturais há muitas, de facto.
Economia política do bloqueio
Não costuma acontecer, porque nós somos polidos. Reparei que fomos bloqueados no Twitter por uma distinta figura pública da direita. E agora? Como pensar? O que fazer?
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
Privar primeiro, privatizar depois
Nada que surpreenda, claro. Basta lembrar o papel crucial do coro monolítico em defesa da vinda da troika e da austeridade salvífica, na chegada da direita ao poder, em 2011. Com as consequências nefastas que se conhecem. Agora, trata-se de desviar receitas publicitárias do canal público para os canais privados, sem compensar a RTP pelas respetivas perdas, gratificando assim o seu maior alinhamento com o governo e a difusão, quase sem contraditório, das suas narrativas.
Dado que a ERC não faz o que supostamente deveria fazer, socorro-me dos dados mais recentes do MediaLab (ISCTE), que demonstram que a RTP é o canal com maior equilíbrio no espectro político em termos de comentário, contrastando assim com qualquer um dos canais privados existentes, onde os comentadores de direita representam, no mínimo, 50% do total. Em termos globais, o comentariado de direita nos canais privados representa 54% do total, sendo de apenas 28% o peso relativo dos comentadores conotados com a esquerda.
Nada disto impede o governo de afirmar, com total desplante, que o plano apresentado visa assegurar «o pluralismo, a liberdade de informar e a liberdade de expressão», exigindo à RTP que se diferencie «da oferta já existente», mas privando a estação de recursos necessários a essa diferenciação. Alegando que «todos os órgãos de comunicação social prestam um serviço público», para justificar o financiamento a privados pelo Estado, o Primeiro-Ministro está deliberadamente a aprofundar e instituir o défice de pluralismo no debate, contribuindo assim, por interesse próprio do seu governo, para uma democracia mais pobre e politicamente ainda mais condicionada.
Economia política televisionada
Daniel Oliveira identifica um mecanismo potencial - “A proposta do governo para a RTP é um excelente retrato deste governo: preparar a privatização inevitável sem ter a coragem de o assumir, apenas tomando decisões que provocam o estrangulamento financeiro. É assim em várias áreas, do SNS à CP. É um governo radical-sonso.”
Mau tempo
OE 2025: do simulacro ao logro
Este calendário significa que, quando a Comissão Europeia, do alto da sua soberba generosidade, decide, como fez ontem, adiar para 13 de outubro e estender meia dúzia de dias o prazo que dá ao governo para este se comprometer com um valor máximo de despesa pública que necessariamente acate o limite que aquela instituição impôs, unilateral e previamente, ao país (e que continuamos sem saber qual é e como foi calculado), o que está de facto a fazer é, diria, a exigir que o simulacro de discussão orçamental a que temos assistido dê lugar ao logro em que consistirá votar no parlamento de Portugal um orçamento com o qual o país foi previamente comprometido perante entidades externas.
Partilhada a ideia acima com um amigo de cuja capacidade analítica disponho sempre que posso, partilhei também as minhas interrogações.
O que acontece se o parlamento aprovar, como é prerrogativa de um parlamento soberano, uma despesa superior ao limite decidido pela Comissão?
Os protagonistas deste simulacro estão a atuar de acordo com o seu dever de defender a legalidade constitucional, a integridade nacional, a transparência do processo político?
Àquelas questões, o meu amigo, usando da síntese de que é capaz, simplesmente, respondeu: “os atores deste simulacro não querem sair do euro”.
Dá-me ideia de que o meu amigo, como acontece muitas vezes nas nossas conversas, tem razão.
Fico, contudo, com algumas questões só para mim dado que, provavelmente, já lhas coloquei vezes demais.
Sendo, a meu ver, certo que os protagonistas deste simulacro de discussão e logro de decisão soberana detêm a legitimidade política que uma democracia pode conferir, pergunto-me se a esmagadora maioria do povo que aqui vive e trabalha tem consciência desta transferência de poderes para o exterior, desta federalização furtiva que deixa o país sem política orçamental e o vincula de forma subordinada a uma entidade externa que também não a possui.
No período 2011-2014 o país foi obrigado a viver uma reestruturação brutal, assente na feroz repressão da procura interna, que acentuou as vulnerabilidades da economia portuguesa, tornando-a dependente de um turismo em claro excesso que cria problemas ambientais e sociais, disneyfica as cidades e bloqueia o crescimento da produtividade.
Uma transformação externamente imposta que amputou a capacidade do Estado para desempenhar as funções constitucionais a que está a obrigado, da proteção social à administração interna.
Um ‘ajustamento’ que só muito parcialmente foi revertido pelos governos da geringonça e que, de modo regressivo e significativo, fez recuar a parcela de riqueza que cabe a quem trabalha.
Uma mudança conforme a um certo capitalismo, que nega o direito à habitação a quem tem de a disputar com turistas, afluentes reformados e transumantes ditos digitais com direito a benesses fiscais e se vê confrontado com escassez quase total de habitação pública.
Uma mercadorização desenfreada que nada poupou exceto banqueiros ociosos e dependentes de benesses públicas.
No país onde a despesa pública total em percentagem do PIB é 7,7 pontos percentuais inferior à média da zona euro, o SNS é deixado a vegetar entre a vida e morte.
No período que se segue é-nos imposto que continuemos assim e dizem-nos que agora só temos de ‘ajustar’ mais um bocadinho.
Recordam-se todos aqueles que, no extremo-centro, vendem, interessadamente, táticas de negociação orçamental não polarizadoras e anti-bulgarização que, entre o último ajustamento e o que se segue, entraram 50 deputados de extrema direita na parlamento nacional.
“[E]stas regras, com as quais os países europeus se vão comprometer nos próximos anos, impedem o investimento público necessário para relançar a economia europeia” diz-nos o mesmo influente think tank que também afiança que “as novas regras são muito melhores do que as anteriores”. Melhor ilustração de dissonância cognitiva não se obtém com facilidade.
“Prosseguimos uma estratégia deliberada para tentar diminuir os custos salariais uns em relação aos outros, combinando isso com uma política orçamental pró-cíclica [de austeridade], o que teve como efeito líquido enfraquecer a nossa procura interna e minar o nosso modelo social” admitia, em Abril passado, apesar das suas pesadas responsabilidades neste assunto, Mario Draghi.
“Draghi apela a um aumento do investimento, mas os governos da UE estão fixados na consolidação orçamental, que, se for implementada, agravará o défice de crescimento” diz-nos Tooze. É isto que nos ensinou o período anterior de austeridade. É isto que sustenta a teoria económica: “[e]m média, as consolidações orçamentais não reduzem os rácios da dívida em relação ao PIB”.
Encerro, pois, este texto com uma última pergunta que é, sobretudo, uma perplexidade.
Compreende-se bem que a direita se sinta confortável quando lhe é oferecida de bandeja a proscrição liminar de qualquer política económica de inclinação meramente keynesiana, mas como pode uma certa esquerda que ainda se reclama de alguma social-democracia rejubilar (e de forma tão despropositadamente narcisista) com a reforma do quadro de governação económica que nos trouxe aqui?
terça-feira, 8 de outubro de 2024
Para lá do liberalismo
“Os vinte contributos reunidos no livro não esgotam o mapeamento do progressismo”, afiançam as coordenadoras. Tenho dificuldade em compreender o que leva pessoas que se dizem radicalmente de esquerda a dinamizar e participar num livro que junta, no meio de gente de facto progressista, liberais apoiantes da troika e do atual governo e/ou do genocídio perpetrado por Israel. Sistematizando, esta dificuldade assenta em quatro razões.
segunda-feira, 7 de outubro de 2024
Grazie mille, Francesca Albanese
O atual governo está agravar a crise de habitação
O que se constata agora, com os recentes dados divulgados pelo Eurostat, é que Portugal teve a segunda maior subida (3,9%) de preços da União Europeia, sendo apenas antecedido pela Croácia (4,3%) e encontrando-se muito acima do valor registado à escala da UE (1,9%). Isto quando, sublinhe-se, a variação trimestral anterior foi a mesma no nosso país e na UE (0,6%), em resultado de uma aproximação progressiva de Portugal à média dos 27.
Com uma franqueza provavelmente inadvertida (que SIC tentou dissimular), a ministra da Juventude já tinha alertado para o facto de as medidas do governo, e sobretudo os incentivos à procura solvente, poderem vir a aumentar o preço das casas. De facto, como já assinalado por vários agentes do setor, a «mudança de uma política mais restritiva», como a que foi levada a cabo pelo governo anterior, para uma orientação liberalizante, assente em incentivos e na dinamização do mercado, «fez com que tanto compradores como promotores estivessem mais ativos». Bastaram os compromissos programáticos do governo, e o simples anúncio de medidas, para «mexer com o mercado».
Não se espere, portanto, que a situação melhore ou que não piore mais. Tal como no caso da saúde, onde a mudança de políticas começa igualmente a tornar-se evidente - sobretudo com o reforço da transferência de recursos públicos para o setor privado - também no caso da habitação as dificuldades que já existiam têm tudo para se agravar.
domingo, 6 de outubro de 2024
Um jornal que faz perguntas radicais
sábado, 5 de outubro de 2024
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
OE 2025: Encontrando o dinheiro para pagar o que podemos fazer
A meu ver trata-se de uma peça muitíssima informativa, sobretudo num período em que o país está embrenhado num simulacro de debate orçamental (a Comissão Europeia continua sem nos dizer, afinal, quanto do nosso dinheiro podemos usar) que, respaldado no ordenamento europeu, errada e tragicamente, se conforma com a austeridade permanente que nos é imposta e não admite escrutínio.
Um debate orçamental dogmático e enviesado que exclui liminarmente a opção do défice (mesmo se este for compatível com a redução da dívida pública), num contexto histórico de lucros da banca, imorais e politicamente produzidos, a pedir para serem tributados, insuficiente procura agregada, despesa pública, em % do PIB, em Portugal muitíssimo inferior à média da EU, previsão de crescimento medíocre (1,9%) e fortíssima erosão da capacidade do Estado português para assegurar as funções que lhe estão constitucionalmente consagradas, o que mina a Democracia.
O documentário está repleto de ideias potencialmente surpreendentes como, por exemplo, aquela segundo a qual Estados monetariamente soberanos criam dinheiro do nada quando fazem despesas de consumo e/ou de investimento, ou aquela outra que descreve como, no uso de licença Estatal para o efeito, os bancos privados criam dinheiro do nada quando concedem crédito e, para finalizar esta seleção, aquela que, a partir da evidência que as receitas de uns são as despesas de outros, constata que superávites públicos significam, necessariamente, défices privados.
A quem interessar, alguns destes assuntos e conceitos foram também aqui tratados.
Ideias que, a meu ver, podem ser mesmo muito úteis para a compreensão dos constrangimentos reais, falsos e autoimpostos que as finanças públicas enfrentam. Ideias que, simultaneamente, ajudam a compreender que, de facto, não sendo um país soberano economicamente equiparável a uma família, tudo o que pode fazer pode pagar.
Temos Estado a mais na economia?
Vencerá
Anteontem, contra hábitos, usos e costumes arreigados, cheguei meia hora atrasado, devido a uma arguição de tese. Estava a partir, com o habitual atraso militante. Chovia. Partimos de uma rotunda na Fernão de Magalhães e desfilámos até à Praça 8 de Maio.
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
Pensar, existir
Luís Moita, Francesca Albanese
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
OE 2025: nem a mentiras novas temos direito
Não esquecer a linha
O conceito de linha de cor (color line) foi popularizado por W. E. B. Du Bois na viragem do século XIX para o século XX, tendo por referência o racismo entranhado na economia política dos EUA e para lá dela: “o problema do século XX é o da linha de cor” em todo os continentes.