sexta-feira, 20 de junho de 2025

O anti-da-Silva


Pode ser visto ao domingo num café no centro de Viseu a ler o FT Weekend em papel, à venda numa papelaria na Rua Direita. A fleuma anglófila incensa Churchill (na foto). Para contrariar a piolheira, o “clube” só não lhe vale.

“Liberal conservador” levou uma demão de verniz democrático, mas o tempo tem-na escamado, deixando ver o mesmo de sempre, o CDS de Viseu, tal como o santo padroeiro britânico: misoginia, imperialismo e logo racismo mais ou menos velado, tudo combinado com o vira-latismo de quem teve o azar de nascer na periferia europeia, adorando tudo o que seja perda de soberania promovida pelo euro-liberalismo. 

Falo de Francisco Mendes da Silva. Podia falar de tantos outros. Não sei se é pago pela embaixada israelita para organizar drinks e escrever artigos no Público a defender o colonialismo sionista, nem isso me interessa. Até preferia que o fosse, temo que seja mesmo convicção ideológica pura e dura de quem invoca a “guerra justa” para falar da agressão sionista ao Irão. Do Iraque à Líbia, não há memória, nem vergonha.

Mas há palco, porque entrou na classe dominante, tendo as ideias desta classe. Haja reconhecimento social. O mesmo fulano que tem o topete de usar a expressão “direito internacional” fez objetivamente parte do coro dos apoiantes do genocídio do povo palestiniano, com o seu amigo Pedro Delgado Alves e muitos outros, não esquecemos, nem perdoamos. São todos amigos na sociedade indigente de comunicação, ouça. 

Sim, na periferia, da Silva é só mais um liberal até dizer chega. Na nova década de vinte, eles andam por aí outra vez. Teremos de os derrotar outra vez. Isto melhora, provavelmente depois de piorar, não sei.

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