A lógica da guerra preventiva, tão do agrado dos EUA ou de Putin tem, no caso do ataque de Israel ao Irão, uma agravante. Quanto mais a guerra escalar, maior a probabilidade de o Irão realmente optar pela via nuclear, coisa que não fez até hoje. É uma absoluta irresponsabilidade.
O acordo nuclear com o Irão, negociado por Obama e denunciado por Trump, garante a monitorização do programa nuclear do Irão. Israel, que invoca o pretexto do ataque nuclear iminente do Irão há mais de uma década, aproveitou a cumplicidade submissa dos EUA e da UE para atacar.
A IAEA, que tem a responsabilidade monitorizar o Acordo nuclear do Irão, já alertou para as possíveis consequências deste ataque de Israel.
O ataque visa sabotar negociações que decorriam e que permitiriam um novo acordo nuclear, revertendo a decisão dos Estados Unidos de se porem de fora. Trump autorizou o ataque, realizado a poucos dias de uma nova ronda negocial, numa espetacular demonstração de má fé. A credibilidade diplomática dos EUA não valerá um chavo a partir de agora, se é que ainda valia.
A natureza totalitária do regime iraniano é um pretexto que vale tanto como valeu noutras guerras “preventivas” e “humanitárias”. Este ataque vai provocar a morte de milhares de inocentes (de ambos os lados) e, no fim, o regime iraniano ficará igual ou pior. Já vimos este filme.
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