quinta-feira, 26 de junho de 2025

Obcecado, obsesionado, obsédé, obsessed


Em resposta às críticas que lhe dirigi em o Anti-da-Silva, Francisco Mendes da Silva chamou-me “obcecados” no Twitter, assim no plural. Antes, tinha-se armado ao pingarelho, com uns jornais cuidadosamente dispostos, toda uma mise-en-scène

“Beria da Beira” é outro argumento, digamos, com a sua piada mas que me sobrestima. É que é tudo embaraçosamente público, basta a memória: o principal, de que não me desvio, é mesmo o seu apoio ao colonialismo genocida. 

Entretanto, e curiosamente, “obsessão” é uma palavra que tem surgido na propaganda colonialista sionista, mais recentemente para apoucar os que denunciam o genocídio e os que o apoiaram. 

Por exemplo, o Público, que também perdeu todas as referências ético-políticas, trazia um artigo de opinião aberto, de teor nazi-sionista, puro lixo a céu aberto, onde se falava precisamente de “ativistas obcecados”. 

A palavra repete-se em estrangeiro: obsesionado, obsédé, obsessed. Sabemos bem da esmagadora máquina de propaganda internacional de “Israel”, aqui e ali exposta por jornalistas corajosas, como Alexandra Lucas Coelho. 

Se quisesse, por exemplo, acho que podia ter ido lá de graça e tudo, naquelas viagens de “formação”. Podia ter sido, quiçá, o início de uma relação lucrativa, mas não há nada como olhar-me ao espelho, à noite, com a consciência tranquila. 

Há muitos académicos e outros intelectuais públicos a soldo, jornalistas, advogados e assim, isso é certo, sobretudo os que vão à televisão. Há de certeza manuais de “argumentação” que são distribuídos, etc. Sei que os EUA assim procedem e o Estado colonialista é um posto avançado do sistema imperialista.

Pena é que não haja praticamente jornalismo de investigação em Portugal.

1 comentário:

Paulo Marques disse...

Obcecados é uma estranha projecção de quem vê o gajo Russo em todo o lado, para aplicar o que imaginam que ele faz a quem aponta que chacinar árabes não devia ser um valor ocidental.