O INE divulgou ontem o Índice de Preços da Habitação (IPH) para o 1º trimestre de 2025. Tal como assinala Rafaela Burd Relvas no Público, foram atingidos «novos marcos históricos» desde de que há dados publicados (2009). De facto, registou-se não só o valor mais elevado deste indicador (247,1) em toda a série (base 100 em 2015), como estamos perante valores de variação homóloga (+16,3%) e face ao trimestre anterior (+4,8%) sem precedentes.
Confirma-se e reforça-se, portanto, a tendência de aceleração do aumento dos preços da habitação desde que a AD assumiu funções, em resultado da aposta reforçada na subsidiação da procura (que a própria ministra Balseiro Lopes admitiu poder vir a «fazer subir o preço das casas») e da revogação dos parcos instrumentos de regulação protetora dos interesses da maioria que tinham sido entretanto adotados, invertendo-se assim uma fase em que o ritmo de subida dos preços estava a abrandar.
Quanto mais terão ainda que subir os preços para que se perceba que apenas «construir mais» - a solução milagrosa em que se insiste, parte de um diagnóstico errado (a crise não se resume a uma mera falta de casas), como fica claro quando se olha para o problema à escala europeia? Quantos mais bairros de barracas terão de surgir nas áreas metropolitanas - ou quanto mais é preciso que os preços das casas se distanciem dos rendimentos das famílias - para assumir, finalmente, que sem medidas robustas de regulação do mercado a crise só tenderá a agravar-se ainda mais?
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