quarta-feira, 19 de março de 2014

Ligações

Como vimos, Paulo Rangel defende que já existe uma constituição europeia informal, enquanto Vital Moreira defende que esta já está escrita e tudo. Rangel defende que o manifesto sobre a reestruturação da dívida é “inoportuno”, enquanto Vital defende que é “infundado e intempestivo”. Isto está tudo ligado.

Como disse ontem o banqueiro, “líder do Finantia”, António Guerreiro ao Negócios, com toda a confiança dos que se vêem estruturalmente no poder cá dentro, graças às forças lá de fora: “Qualquer governante no poder seja ele socialista ou da força existente, rapidamente, com duas ou três viagens a Bruxelas, a Frankfurt ou a Berlim será relembrado do que tem de ser feito.” Passos foi ontem a Berlim receber a enésima consideração pelo que está a fazer a Portugal. Tudo mesmo ligado.

A questão é clara (e as ideias e os interesses que respondem de uma forma ou de outra também): obedecer ou desobedecer? No fundo, as futuras eleições serão só sobre isto. Apesar de toda a ofuscação, as respostas começam, lentamente, demasiado lentamente, a clarificar-se. E as suas implicações também.

4 comentários:

Anónimo disse...

De facto "tudo mesmo ligado".
E é de saudar a clareza como tais ligações são evidenciadas.Clareza e não só.Aturada porfia.

Relembro um anterior post, do mesmo autor, duma clarividência notável e que é aqui citado para não se perder já no pó do tempo
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/03/uma-certa-constituicao-para-um-certo.html

Ou deste texto do Vitor Dias:
http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2014/03/paulo-rangel-e-vital-moreira.html#links

De

Anónimo disse...

Entre Rangel e Vital Moreira a diferença é pouca ou nenhuma.
Nem sei por que é que o Vital Moreira não aproveita a deixa e se pira para o PSD. Assim como assim as posições dele têm correspondido ao discurso mais retrogrado que tenho visto em pessoas do PS.
Onde é que vão os tempos do Vital Moreira do PC.? Hoje tratar da vidinha é o mais importante.Enfim.

Dias disse...

Desobedecer, mas como?! Apadrinhando eleições?
Este governo não dirige a política, recebe o ditame em Bruxelas, o nosso futuro está nas mãos de outros.
Estes “esclarecimentos” interessados, de que já existe uma constituição europeia informal (mas que ninguém conhece!), mostram bem que espécie de democracia se vive na UE.

Paulo Morais tem razão: “os lugares europeus são boas prateleiras douradas”. Os citados “feitores do reino”, entre viagens, cafezinhos e pralinés, estão muito longe do presente negro que se vive aqui.

Guilherme Santos disse...

Talvez esse lider do Finantia também queira receber ordens de Berlim. Mas temos o voto para nos defender.