«Os resultados da aplicação do programa da Troika em Portugal nos dois últimos anos estão à vista de todos: desemprego maciço, aumento das desigualdades e da pobreza, instabilidade pessoal e social, emigração forçada, falências de empresas. Alguns insistem em ver nestes sinais os custos inevitáveis de um processo de ajustamento necessário, transitório e essencialmente correto. No entanto, é hoje claro que aquela estratégia falhou nos seus próprios termos: as metas de redução do défice orçamental foram sucessivamente adiadas e a dívida pública é hoje mais insustentável do que em 2011.
Este livro procura demostrar que o programa da Troika não resolve – antes agrava – as dificuldades que começaram a avolumar-se há duas décadas e que conduziram Portugal à situação presente. Assim, construir alternativas à estratégia da Troika é fundamental para inverter o atual círculo vicioso de degradação social, económica e democrática. Mas também para construir um modelo de desenvolvimento para o país que seja económica, social e ambientalmente sustentável.»
O que conduziu a economia portuguesa à crise? O que levou Portugal a pedir a intervenção da Troika? Em que consiste o programa acordado com a Troika? Depois de tantas alterações, o Memorando ainda é o mesmo? Que consequências teve a implementação do programa da Troika até aqui? O programa da Troika resolve os problemas da economia portuguesa? Quais as implicações deste programa para o futuro de Portugal? O «regresso aos mercados» é o fim do programa da Troika? Quais as alternativas ao ao programa do governo e da Troika?
Em nove perguntas-chave, a que são dadas respostas em nove capítulos, procuram-se compreender as verdadeiras origens da crise e o significado e impactos do memorando da Troika, bem como equacionar as estratégias e cenários alternativos que permitam inverter a queda no abismo do empobrecimento e da ruptura social. Um livro que nasce no seio das preocupações e actividades do Congresso Democrático das Alternativas, um movimento cívico de intervenção política não‐partidária, que reúne cidadãos de diferentes orientações políticas, com e sem partido, apostados na construção de denominadores comuns nas opções de política pública e nos processos de acção coletiva que fundamentem, deem força e credibilizem alternativas políticas de governação. A expectativa dos autores deste livro é que o mesmo contribua para gerar as convergências e a mobilização cívica necessárias para resgatar Portugal para um futuro decente.
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3 comentários:
"O «regresso aos mercados» é o fim do programa da Troika?"
De nenhuma forma. O regresso aos mercados é colocar o país na mão dos mercados e foram estes mercados que nos conduziram à Troika.
O problema é que necessitamos de ter a autonomia suficiente para não estarmos na mão dos mercados e essa autonomia só se consegue se nos libertarmos do Euro e da própria União Europeia.
Seria interessante fazer um debate com aqueles que apoiaram a nossa adesão à então CEE e à Moeda Única para vermos que vantagens é que tivemos com aquelas opções.
Antes de mais, há que enterrar os mortos e cuidar dos vivos. Vamos esquecer por um ano o apontar de dedos e procurar soluçoes.
Dito de outra forma, mais do que convidar os de entao, porque nao juntar os de agora para falar sobre as vantagens e desvantagens de se permanecer numa Uniao onde a palavra solidariedade se confunde com usura?
E se começassem a pensar porque é que não se sai do «sistema?
O mundo velho está em crise, e ainda se pensa em reformá-lo!
A reforma é possível ? Há quem pense que a solução está no arco-parlamentar.
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