quarta-feira, 15 de maio de 2013
O inimigo de Gaspar
Um dos principais inimigos de Gaspar é mesmo o Instituto Nacional de Estatística: o PIB caiu 3,9% no primeiro trimestre, face ao mesmo trimestre de 2012, o recuo mais significativo desde que a austeridade necessariamente recessiva começou há já muitos trimestres atrás. Parece que o investimento, apesar do anúncio mágico do último DEO de que chegou “a sua hora”, continua a liderar a quebra da procura interna, o que o INE também explica: diz, os responsáveis empresariais esmagadoramente dizem ao INE que tem o mau hábito de os inquirir, que é a evolução previsível das vendas que explica isto, a tal procura em compressão acentuada, graças à austeridade. Vá lá perceber-se esta desconfiança, ignorando a regressão estrutural em curso e os seus propalados efeitos positivos na confiança investidora de quem passou a ter ainda mais poder numa economia política que assenta, cada vez mais, num esforço para redistribuir recursos de baixo para cima e medo de cima para baixo. Nestes processos redistributivos desaparecem recursos e as vendas diminuem; só o medo aumenta, indo muito para lá do mundo do trabalho.
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2 comentários:
E como se explica a quebra do PIB em 2009 e também no início da primeira década deste século?
Em ambos os casos, efeitos induzidos de crises internacionais. O que não quer dizer que a recessão actual, muito mais grave no caso português e da periferia da zona euro do que no conjunto das economias avançadas com um todo, seja explicável da mesma forma. Penso que já é evidente para toda a gente, ou pelo menos devia sê-lo, que a austeridade é recessiva e não expansionista - e quando a austeridade é em dose reforçada, a recessão e a devastação social também o são.
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