Acho que a crise está a reforçar uma tendência intelectual positiva: a economia é demasiado importante para ser monopólio da economia convencional. Esta tendência afirma-se no nosso país: o seminário internacional do próximo dia 7 de Outubro sobre a “constituição social da economia”, organizado por Renato Carmo e por Luísa Veloso, é um excelente exemplo. Mais detalhes aqui. Lá estarei.
O futuro da economia política e moral, ou seja, o futuro de qualquer abordagem realista ao processo de provisão dos bens necessários à vida também depende do interesse cada vez maior de outros cientistas sociais pela economia. Da sociologia à ciência política ou à filosofia, a investigação económica mais interessante que eu tenho lido – por exemplo, sobre variedades do capitalismo, hegemonia do neoliberalismo, construção e reconstrução política dos mercados ou a interacção entre economia e política na resposta às recessões – é feita por estudiosos da economia que superaram as barreiras disciplinares.
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