sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Broken Social Scene - meet me in the basement

9 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

As primeiras vítimas da violência são a personalidade e a liberdade interior dos que a praticam.

Por isso tão frequentemente o resultado da violência é pior do que o mal que supostamente ia combater.

Anónimo disse...

falas assim porque tens a barriga cheia.

Carlos Albuquerque disse...

"falas assim porque tens a barriga cheia."

Diga-me lá então quando é que a violência deu bom resultado.

Durante a monarquia houve muita violência para criar a República. A República foi menos democrática e mais violenta que a monarquia.

Veja os PALOPs: as grandes guerras de "libertação" pela violência como acabaram? Décadas de guerras fratricidas, que fizeram o colonialismo parecer uma bênção.

Veja o exemplo de Ghandi: sem violência conseguiu a independência da Índia.

Veja o País Basco: iam libertar-se pela violência e gastam parte da energia a extorquir dinheiro aos bascos. E se fossem independentes não tenho dúvidas que acabavam numa ditadura sangrenta da ETA.

Quem se dá ao luxo de matar indiscriminadamente em nome de uma boa intenção acaba a matar quem quer que seja, por qualquer razão.

Anónimo disse...

Não há bons resultados, nem com violência, nem sem violência.A história e a sociedade está para além do bom e do mau. "Veja os PALOPs: as grandes guerras de "libertação" pela violência como acabaram?" é? e a Índia qual foi o resultado da não-violência? a independência da India é boa e os PALOPS é má. Porquê? pelos resultados? quais? Que classificação mais ideológica!

Carlos Albuquerque disse...

"A história e a sociedade está para além do bom e do mau."

Mas as opções das pessoas e as consequências dessas acções sobre as outras pessoas e sobre elas próprias não estão além do bom e do mau.

"a independência da India é boa e os PALOPS é má. Porquê? pelos resultados? quais? "

As independências não são boas nem más. Mas os meios usados para lá chegar não são indiferentes para as pessoas.

Enquanto depois da independência a Índia se tornou um país normal e hoje é a maior democracia do mundo, quer Angola quer Moçambique mergulharam em guerras civis que duraram décadas, com centenas de milhares de mortos e ainda hoje Angola junta fortunas colossais dos dirigentes com uma parte enorme da população a passar fome. Num país riquíssimo. Da Guiné-Bissau parece ter-se transformado num estado falhado controlado por cartéis de droga.

O caso de Angola em especial mostra que aqueles que pegaram nas armas para conquistar a independência depois de a terem mantiveram guerras civis devastadoras durante décadas e quando fizeram a paz instauraram um regime baseado num poder pessoal e numa das maiores desigualdades do mundo.

Isto é relevante? Para quem preza a vida humana, para quem não é indiferente ao sofrimento humano e para quem pensa que todos devem ter acesso aos mínimos que asseguram a sua dignidade e quem pensa que uma sociedade não deve ser demasiado desigual, os casos que referi revelam uma enorme diferença entre si. Mas admito que nem toda a gente pense assim.

Anónimo disse...

Qualquer estado que possui uma bomba atómica e ameça utiliza-la contra os seus vizinhos é um estado violento.

Carlos Albuquerque disse...

"Qualquer estado que possui uma bomba atómica e ameça utiliza-la contra os seus vizinhos é um estado violento."

Sem dúvida. Mas não se compara a um estado em guerra civil ou um estado que dispõe de meios para alimentar a sua população e não o faz.

Anónimo disse...

Qualquer estado que tem uma grande parte da população a viver abaixo do limiar de pobreza, como por exemplo a Índia, é um estado em guerra civil.

Carlos Albuquerque disse...

"Qualquer estado que tem uma grande parte da população a viver abaixo do limiar de pobreza, como por exemplo a Índia, é um estado em guerra civil."

Não. Um estado em guerra civil é aquele em que os jovens das aldeias pobres são retirados às famílias que ainda ficam sem esse apoio e são incorporados à força em exércitos que aterrorizam populações e matam sem controle.