Mentira e da mais descarada, propagada pelo PSD e pela TVI. Factos em último aí, mas em primeiro aqui. Sempre houve dinheiro para salários e pensões, com mostrou Emanuel Santos, Secretário Adjunto e do Orçamento, entre 2005 e 2011: só as receitas IRS e IRC davam, no primeiro semestre de 2011, para pagar todos os salários dos trabalhadores do Estado; e as contribuições chegavam e sobravam para as pensões.
A política de inação do BCE não permitia continuar a fazer face ao serviço da dívida. Havia a alternativa da reestruturação por iniciativa do devedor, mas não se foi por aí. As elites do poder optaram por aceitar uma reestruturação liderada pelo credor, com austeridade destrutiva associada. Mais factos em primeiro neste blogue, com gráfico e tudo.
Em plena crise das dívidas soberanas, na véspera da intervenção da
Troika (BCE, Comissão Europeia, Fundo Monetário internacional [FMI]),
uma crise, relembre-se, que não foi de dívida soberana, porque o Estado
português não controlava a moeda em que a dívida estava denominada, a
taxa de juro das obrigações do tesouro nacional a dez anos chegou a 16%,
com a dívida pública a ultrapassar os 120% do PIB.
Quase dez anos depois, a dívida ultrapassa de novo os 120% mas a taxa de juro das obrigações do tesouro nacional a dez anos ficou-se por uns residuais 0,25% e assim permaneceu enquanto o BCE quis.
Retrospectivamente, toda a austeridade imposta a partir de 2010, com centenas de milhares de postos de trabalho destruídos e com centenas de milhares de portugueses compelidos a emigrar, foi um evitável desperdício, feito em nome da consolidação de um modelo neoliberal. Tal facto deverá permanecer na memória colectiva como um momento revelador do preço que o país pagou naquele momento por ter abdicado da sua soberania monetária no final do milénio.
Quase dez anos depois, a dívida ultrapassa de novo os 120% mas a taxa de juro das obrigações do tesouro nacional a dez anos ficou-se por uns residuais 0,25% e assim permaneceu enquanto o BCE quis.
Retrospectivamente, toda a austeridade imposta a partir de 2010, com centenas de milhares de postos de trabalho destruídos e com centenas de milhares de portugueses compelidos a emigrar, foi um evitável desperdício, feito em nome da consolidação de um modelo neoliberal. Tal facto deverá permanecer na memória colectiva como um momento revelador do preço que o país pagou naquele momento por ter abdicado da sua soberania monetária no final do milénio.
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