sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
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Rui Peres Jorge usa a tão elevada quanto relevante correlação entre a recente evolução das taxas das obrigações gregas e portuguesas a 10 anos para assinalar o alinhamento de Portugal com a Grécia, o papel central do BCE na redução generalizada das taxas de juro nos mercados secundários da dívida pública, o que torna mais visível todo o chantagista papel desta instituição, digo eu, e a enésima confirmação de que o centro não está disposto, pelo menos para já, a deixar países subalternos sair do euro, o que enfraquece temporariamente a convenção desagregação da moeda única.
Entretanto, a Comissão Europeia assinala que o essencial está a correr bem no programa de ajustamento estrutural português, tal como fez com o programa grego mais ou menos na mesma fase. O que é que é essencial para esta gente? “A procura interna menos intensa e o enfraquecido mercado laboral continuam a exercer pressão descendente nos salários e nos preços”. Estranhamente, parece que existem “riscos” para a evolução macroeconómica, dada “a deterioração mais forte do que seria de esperar do clima económico da Zona Euro” e o periclitante sentimento económico nacional. No fundo, o clima sentimental não é favorável.
Que fazer? A Comissão impõe o mesmo de sempre, dada a evolução dessa variáveis endógenas que dão pelo nome de défice orçamental e de dívida pública: em 2013, “as autoridades já estão prontas para tomar medidas adicionais”. Vemo-nos mesmo gregos com este círculo vicioso da austeridade.
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2 comentários:
Só para Vítor Gaspar e para mais ninguém, é que Portugal não é a Grécia! Deve querer insinuar que está mais próximo da Espanha…
Entretanto está a correr bem o “Memorandum of Understanding” …( é como eles chamam à coisa).
Boa noite.
O que está a correr bem é a diminuição das exposição dos bancos estrangeiros à dívida pública portuguesa. Esta, por sua vez, vai sendo tomada por bancos portugueses e sabe-se lá por quem mais. Quando o processo de ajustamento estiver concluído, estaremos na misériade e com uma dívida cento e muitos por cento acima do PIB.
Feliz Natal!
Fernando Oliveira
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