sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Clarificações, mas agora com ligações...


Acho que eu e o Daniel não temos grandes divergências neste debate. As que poderíamos ter resultam apenas de leituras equivocadas das minhas posições (talvez explicáveis por uma questão de ênfase porque eu venho dos debates na Economia e aqui as coisas são muito mais desequilibradas). A partir do que já escrevi no blogue: (1) nunca disse que o Estado deve ser o único a provisionar o que quer que seja (defendo a ideia da economia impura); (2) isto não significa que, em certas áreas, não defenda que o papel do sector privado, mercantil ou solidário, não deva ser supletivo (o que resulta do meu igualitarismo); (3) nunca disse que o proteccionismo era a solução para tudo e muito menos que a Europa o deveria adoptar nas suas relações com Africa (o que não significa, em geral, que deva ser banido do menu das políticas como os liberais pretendem); (4) a minha (a nossa) posição é ao contrário: se os países africanos se querem desenvolver têm é que se concentrar em políticas de desenvolvimento que usem o proteccionismo selectivo (para o desenvolvimento industrial) como fizeram e ainda fazem os países asiáticos; (5) assim é errado pensar que o desenvolvimento africano se faz pelo «comércio livre» com a Europa (basta ver as contrapartidas que são exigidas); (6) se há posição que se defende no blogue é a posição europeísta de esquerda (são às dezenas as postas); (7) a minha relação política com o estado-nação é idêntica a que li num artigo do Eric Hobsbawn (uma «relação instrumental») - serve ou não serve para certas políticas de esquerda? (8) eu acho que ainda serve para muitas e não estou disposto a abdicar dessa ideia a não ser que me mostrem que existem espaços subnacionais ou supranacionais mais adequados (o caso da UE para algumas políticas); (9) não confundo internacionalismo com «comércio livre» ou relações económicas liberais; (10) não sou hegeliano: não acredito em visões teleológicas da história (foi por isso que comentei criticamente o que julguei ser a adesão do Daniel ao cosmopolitismo comercial que se pode ler em certas posições do Marx e que são contraditórias com outras passagens); (11) acho que o libertarianismo nos conduz a becos e combaterei sempre a ideia ingénua de que a esquerda deve hoje pugnar pelo fim do Estado; (12) aqui chegado, prefiro ler e aprender com os contributos do liberalismo político de matriz social-democrata.

3 comentários:

José M. Sousa disse...

Mudar as regras: comércio, globalização e luta contra a pobreza.
Relatório da Oxfam International

Este sumaríssimo texto sobre o relatório

http://futureatrisk.blogspot.com/search/label/Com%C3%A9rcio%20Justo

Riggeg Rules double standards

http://www.maketradefair.com/en/index.php?file=03042002121618.htm

muito a propósito, tb, da cimeira UE-África

Anónimo disse...

Hi Joao,

Congratulations for the blog. Now there's somebody else visiting your blog from Manchester!

Joan

João Rodrigues disse...

Hi Joan,

Nice to see you around here.
Best