domingo, 28 de janeiro de 2024

Choques chineses


Dois livros estimulantes e contrastantes, escritos por economistas políticos brasileiros, para rever.

Neoliberalismo com características chinesas, capitalismo restaurado, socialismo com características chinesas, socialismo com (ou de) mercado, capitalismo de Estado, capitalismo político, economia mista, formação económico-social com orientação socialista: termos usados para caracterizar a China pós-maoista e só na economia política crítica, com orientação histórico-institucional, dos últimos anos. 

É complexo, realmente. Mas algumas coisas são relativamente simples neste contexto histórico, que também é de incerteza sobre o futuro económico chinês, mesmo depois da maior transformação económica alguma vez registada na história da humanidade (quantidade/qualidade). Por exemplo, o regime financeiro chinês ainda está sob controlo estatal, da banca pública ao controlos de capitais, passando pelo papel do todo-poderoso banco central, sendo parte da atual incoerência produtiva do sistema financeiro internacional. As crises financeiras têm primado pela ausência na República Popular. 


Atentai num gráfico, com duas semanas, sobre a mudança na orientação do crédito do imobiliário para a indústria. Foi retirado de uma The Economist que me pareceu algo assustada com a capacidade de ajustamento do sistema chinês, ao mesmo tempo que temia maiores reações protecionistas ocidentais à grande frota elétrica chinesa. O medo até pode ser sadio numa economia política internacional ainda demasiado liberal. Pode, note-se.

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