Ainda a propósitos de pêndulos: não me parece que este blogue seja marcado por uma «ante-visão» do fim do capitalismo. Não estamos no ramo das profecias. O futuro está sempre em aberto. Como pode ser de outra forma, se ele é o produto da acção humana orientada por valores? E já aqui várias vezes defendemos que esta crise está longe de representar o fim do capitalismo. Uma hipótese sensata à luz da actual correlação de forças. Rupturas desejáveis serão sempre o resultado de um longo processo de acumulação de forças democráticas e de vitórias socialistas no campo das ideias e das políticas públicas. Como afirmou Vincenç Navarro, um dos meus economistas políticos preferidos, «o socialismo não é uma etapa final, mas sim um processo que se constrói e destrói quotidianamente no desenvolvimento das políticas públicas». Em Portugal, ainda se destrói muito mais do que constrói.
sábado, 1 de novembro de 2008
O pêndulo e a hipótese socialista
É difícil encontrar um economista mais convencional do que Lawrence Summers. Professor na Universidade de Harvard, último Secretário do Tesouro da administração Clinton e ex-economista-chefe do Banco Mundial, Summers permite-nos identificar o que pode bem vir a ser o novo centro no debate político: "Na esfera económica, tal como na esfera da segurança nacional, acontecimentos dramáticos podem fazer com que o inconcebível se torne inevitável (...) o pêndulo irá oscilar - deverá oscilar - em direcção a um papel acrescido do Estado para salvar o sistema de mercado dos seus excessos e das suas falhas" (Financial Times, 27/10/2008). O resto do artigo pode ser lido no esquerda.
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2 comentários:
O capitalismo não começou a morrer ontem, a economia de mercado pensa o trabalho como mais uma mercadoria, os Trabalhadores não admitem que assim seja.
A Burguesia que tudo governa tudo fará para que a economia de mercado se mantenha apesar dos horrores provocados, ao Homem e ao Planeta. Podem esconder-se agora atrás de mais e melhor regulamentação que o problema não não é esse.
O “pêndulo está agarrado com as duas mãos pelos políticos vendidos, em Portugal até se podem chamar “socialistas”, que mais não fazem que garantir o poder nas mãos do grande capital, da alta Burguesia que financia os ditos cujos para executar como está previsto.
Quanto mais, pensemos mais à frente
A banha da cobra aqui consiste em vender as pessoas a imagem segundo a qual os efeitos maléficos da regulação são na verdade falhas de mercado. E que o estado precisa de mais poder para poder reparar os disparates e as bolhas imobiliárias provocadas pelas oscilações artificiais do preço do dinheiro.
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