Os proprietários das bombas de gasolina reclamam segurança. Responde-lhes o governo [é pelo menos o que ouvi na rádio] : «Ponham lá seguranças privados». «E quem paga?», perguntam os proprietários indignados, como indignado estaria qualquer cidadão contribuinte cumpridor a quem dissessem “quem quer segurança pague-a”.
Não sei qual foi a resposta. Só sei que mesmo assim o responsável da associação de proprietários lá foi dizendo dos serviços dos seguranças privados: “Quando até os polícias nas esquadras são agredidos, para que servem seguranças desarmados. Se pudessem estar armados, ainda vá ...”
A privatização levada ao absurdo. Quem quer segurança paga-a e a segurança privada tem de estar armada. O monopólio do uso da força é uma coisa pouco competitiva. Que tal uma milícia armada por sector de actividade económica?
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4 comentários:
O fundo do seu comentário é correcto, mas este é um mau exemplo: ou acha que se deveria colocar um polícia em cada estação de serviço?
Este problema resolve-se com polícia de investigação e não com policiamento (seja ele privado ou público).
Nunca é proposto um polícia em cada estação... Não é a solução concreta que está em causa mas o princípio. E existem outras formas de utilizar o erário público mais eficientes do que colocar um polícia em cada estação. Este é um excelente exemplo de um conflito de princípios. Diria mesmo que é um tubo de ensaio para propostas em 2009... A ver...
Pois pois. Este é um paradigma do neoliberalismo: Por um lado quer-se menos estado, o que leva a menos investimento no social - neste caso no policiamento; por outro lado, e através da obsessão do reino do capital, cria-se uma ruptura nas classes mais baixas que leva à escalada dos roubos e da violência.
E assim temos nós os partidários "quasi-religiosos" da auto-regulamentação do mercado, vista como tábua de salvamento, não só, da economia mas também da sociedade, a mandar nisto tudo e a dizer: "Não se preocupem que vai tudo correr bem". A maior parte da população abana a cabeça em uníssono e diz que "Sim" que "acredita".
Maiorias absurdas, mais absolutistas que o próprio rei. Decadentes e agarradas à ideia que o capital é um tipo de deus que nos vem salvar a todos. Patético, hipotecar o futuro e as gerações vindouras em nome de pedaços de papel, metal, plástico, bits e bytes. Bem podem rezar virados para a carteira. O início da decadência ...
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