Como é que um Estado mais pequeno nos pode sair tão caro ou ainda mais do que outro um pouco maior e mais produtivo? Subcontratando, subcontratando, subcontratando sempre.
O Publico (8 Set. 2008, p7) explica: «Vários hospitais públicos recorrem a empresas privadas que cobram valores muito altos por hora. Há médicos que ganham 2500 euros numa urgência de 24 horas num hospital público quando contratados por empresas privadas, e alguns deles pertencem mesmo ao quadro do estabelecimento onde fazem o 'banco'».
Se calhar, se formos a ver, na realidade o que há é empresas que cobram isso ao hospital contratante sem que o médico contratado sonhe sequer com o montante que o intermediário obteve com a venda dos seus serviços.
Mas neste caso o Ministério responsável vê nisto um problema a resolver e «quer limitar contratações caras de médicos». E que tal reconhecer que o problema existe em todo o Estado fazendo da vontade do Ministério da Saúde exemplo?
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4 comentários:
Até se começarem a analisar e a pôr nomes nos interesses políticos e privados dos ministros que fizeram as adjudicações, nas direcções que foram nomeadas e nos funcionários do ministério da Saúde encarregues de vigiar a situação estamos a ter uma conversa inutil. O problema em Portugal é a ninguém poder apontar o dedo a ninguém.
Mais uma vez a culpa morre solteira e seguimos todos alegremente para o próximo despacho ministrial/empresarial.
É sempre lamentável a gestão incompetente uma coisa é certa é preciso chamar nomes às coisa.Este governo na peugada do anterior gere mal a coisa pública,isto é tem complexos em relação ao interesse público - é estrábico,
não faz a diferença.
Puma,
Em muitos casos vai além da incompetência mas se alguém for só tido como incompetente (em vez de nepotista ou corrupto) evita uma avalição dos seus negócios e bens e provavelmente uma acusação criminal.
E não é só no sector Estado que se tem verificado que a sub-contratação não corta custos, mas que pelo o contrário os aumenta. Reduzir OPEX através da sub-contratação não é redução de custos, mas sim engenharia financeira.
Essa constatação também tem circulado entre as multinacionais de tele-comunicações, que têm sub-contratado tudo o podiam desde que a bolha especulativa das TTII rebentou em 2000.
Senão vejamos: um especialista do quadro que vença 2000€ por dia tem um sentimento de pertença à empresa, trabalhando com o brio que só o sentimento de pertença pode dar e fica na empresa o tempo suficiente para o investimento em formação que a empresa nele faz ter retorno. Um especialista sub-contratado aufere 500€ por dia e tem de se familiarizar permanentemente com projectos e empresas com os quais nada tem a ver e em áreas de competência completamente díspares, tendo de pagar do seu bolso a sua própria formação e ferramentas de trabalho. Várias multinacionais de telecomunicações já se deram conta de qual deles sai mais caro.
Como resultado, essas mesmas multinacionais procedem agora ao "in-sourcing" (re-contratam para os quadros da empresa os serviços que tinham "out-sourced" a terceiros).
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