quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O contra-movimento até pode não ser só de esquerda

«As instituições económicas não têm hoje nem a autoridade nem os instrumentos de que precisam para impedir a anarquia da especulação» (Lula da Silva).

«Reconstruamos em conjunto um capitalismo regulado, em que sectores inteiros da actividade não sejam deixados à mera apreciação dos operadores de mercado» (Nicolas Sarkozy).

Começar o trabalho de desmantelamento da ordem neoliberal é uma tarefa que é de toda a esquerda e da direita que redescobre os limites. O importante é isolar politicamente os fanáticos do capitalismo sem fim. Da social-democracia ao conservadorismo, estes conquistaram posições de poder em demasiados partidos. Mudar o sentido do pêndulo no campo económico. Depois será tudo menos difícil.

6 comentários:

NC disse...

José Rodrigues,

você tem um problema de visão. É tudo preto e branco.

João Rodrigues disse...

João...

João Dias disse...

Um post aonde se reconhece a possibilidade do espectro político oposto travar uma luta comum, a acusação que surge é de que existe uma visão redutora.
Perante uma realidade translúcida, os visionários do mercado sem fim ficam um pouco baralhados, a argumentação fica na gaveta e surgem as acusações que se encerram sobre si mesmas, sem alcance nem lógica.

Sarkozy já terá dito que teria alguma dificuldade em se "posicionar" perante Socrátes, ou seja, Socrátes sendo um "socialista" estaria a concorrer ao mesmo mercado eleitoral. Espero que estas declarações de Sarkozy sejam mais que mero discurso de ocasião, era excelente se pudéssemos contar com a direita para pelo menos dar um primeiro travão a esta selva.

Anónimo disse...

OS EUA e os Neoliberais arrastaram o mundo para um crise economica grave, se não se descobrir uma solução verdadeiramente eficáz a muito breve prazo nos EUA, muitos americanos e não só, acabarão por pagar com a sua propria vida o transtorno deste mundo financeiro louco.

Se não fosse dramática a situação, diria que Marx nunca se riu tanto como agora no tumulo. Mas eu não disse isto, porque a situação pode ter contornos verdadeiramente calamitosos. (os despedimentos em massa já começaram e ainda não entrámos na proxima vitima o secctor automóvel)

António

F. Penim Redondo disse...

A contra-ciclo coloco as seguintes questões:

1. não deviam ter sido os donos dos bancos agora falidos os primeiros, para defender os seus interesses, a impedir os gestores de realizarem negócios ruinosos ?

2. como se explica que os gestores, que constituem aparentemente uma classe irresponsável, sejam motivados com enormes comissões mesmo quando o resultado dos negócios realizados leva à bancarrota ?

3. que tipo de capitalismo é este em que a maior parte dos "detentores do capital" são mais pobres do que os gestores que os arruinam, e não têm forma de impedir que tal aconteça ?

4. como encaixar os gestores ? são assalariados ? são empresários ? são uma nova casta que domina o mundo ?

5. os gestores privados são distintos dos gestores públicos e, em geral, dos burocratas que deviam realizar a tão desejada "regulação" salvadora ? ou têm todos o mesmo tipo de "apetites" só diferindo na forma como os saciam (prémios, subornos, inside trading, etc, etc) ?

Eu sei que estas perguntas são incómodas porque desafiam os "discursos oficiais" da esquerda e da direita.
Mas talvez ajudem perceber que a questão tem muito mais que se lhe diga para além dos lugares comuns.

NC disse...

Peço desculpa.