Helena Garrido diz, e bem, que «o Governo devia estar seriamente preocupado com o desemprego». Devia, mas não está. Se há coisa que as prioridades da política económica deste governo já revelaram é que o desemprego é um problema para o mercado resolver. No longo prazo. Entretanto, o importante, como consta do relatório do OE2008, é construir «mercados flexíveis» e reduzir o défice.
Nesta área crucial, o governo está refém das baboseiras neoliberais repisadas por macroeconomistas de direita para quem a Dinamarca parece ser agora o modelo de referência. Pena é que a Dinamarca contrarie tudo o que andaram durante tanto a dizer sobre o papel dos sindicatos, dos subsídios, do peso do Estado, da fiscalidade progressiva ou da concertação social. A realidade é de facto muito pouco importante quando se vive refugiado nos idealismos do equilíbrio geral.
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