Peter Mendelson, um dos arquitectos do «novo trabalhismo» declarou um dia que «estava muito relaxado sobre o facto das pessoas [algumas pessoas] enriquecerem assustadoramente». O governo do PS parece partilhar esta atitude. A tradução deste «relaxamento» é o brutal aumento das desigualdades salariais - um gestor de topo britânico ganhava 64 vezes mais do que um empregado médio em 2000 e 104 vezes mais em 2007. Não admira por isso que 60% dos britânicos queira sensatamente impor limites a este escândalo e que mais de metade dos gestores de recursos humanos concordem com isso. Afinal de contas eles sabem do que falam. Está tudo neste artigo de Polly Toynbee, uma das melhores colunistas britânicas (e que faz jus ao nome uma vez que é neta de Arnold Toynbee). Como já afirmei (aqui e aqui) as desigualdades salariais excessivas não são só injustas, mas também geram ineficiência e desperdício de recursos. E uma perigosa concentração do poder político.
PS. Esta posta e a anterior são acompanhadas por imagens de «instalações» da autoria de Doris Salcedo
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