segunda-feira, 11 de março de 2024

O elefante começou a partir loiça

Medina disse ontem que o Ch*ga não tem capacidade de resolver problemas concretos das pessoas. Verdade. Já ele e os seus antecessores do PS, com as suas contas alegadamente certas, criando problemas de todo o género às pessoas e às pequenas e médias empresas, tiveram a arte de alienar apoio popular e facilitar o crescimento da extrema-direita. 

A verdade é que as contas certas são um logro que não resiste sequer a uma mera análise de contabilidade nacional. Os superávites do setor público não podem deixar de ser os défices do setor privado e vice-versa.
 

Não menos verdade, contudo, é que a capacidade para criar ou resolver problemas às pessoas não está essencialmente nas mãos dos governos, sobretudo os das periferias, mas sim nas instituições europeias e sobretudo no BCE. 

Repare-se, por exemplo, que, com maior ou menor intuito de o tentar, todos os partidos afirmaram no período eleitoral querer subir salários, mas a verdade é que o BCE não o permitiria. E só um partido colocou no seu programa o euro como constrangimento, infelizmente sem a ancoragem que o assunto merece. 


Também verdade é que esta abordagem das contas alegadamente certas tornou todos, excepto os bancos, mais pobres. 


O país não precisa de contas certas, mas de contas funcionais

Contas que funcionem para quem trabalha e para as empresas que beneficiam deste trabalho.

2 comentários:

Edmundo Cadilha disse...

Alguém me explica melhor o primeiro gráfico. Grato:)

Paulo Coimbra disse...

Obrigado pela sua leitura. O somatório dos saldos dos setores públicos, privado e externo tem necessariamente um resultado igual zero dado que as receitas de uns são a despesa de outros. Assim sendo, se o sector público torna o seu saldo menos negativo, o setor privado tem de ver o seu a tornar-se mais negativo. Espero ter ajudado. Abraço.