«Com a morte de António Loja Neves o cinema português perde mais um dos seus defensores persistentes e solidários. De todas as palavras, não deve haver outra que, como esta (solidário) melhor se lhe aplique. Tirou o curso de realização e assinou ou co-assinou dois documentários (Ínsula e O Silêncio, ambos na década de noventa), mas foi daqueles que passou uma vida a defender e a divulgar as realizações dos outros. O seu percurso é o de uma geração: cineclubes (neste caso o Universitário, e depois a Federação), associações culturais, constante intervenção cívica em que a prioridade estava no coletivo. Mas o que com o tempo se tornou único foi justamente o facto de ter continuado a ser um homem da geração. Como programador, animador cultural e jornalista, falava sobretudo de movimentos e esforços conjuntos. Para ele, cinema português significava também cinema em português, o que, aliás (e porque isso incluiu a atenção dada aos cinemas dos PALOPs) acabou por desembocar num interesse especialíssimo pelo cinema africano. Entre muitas outras coisas, aproximou-nos o interesse pelo Documentário, nisso incluindo os filmes e a defesa de espaços para vê-los e discuti-los, quando era mais difícil vê-los e discuti-los.» (José Manuel Costa)
Promovida pela Cinemateca, a homenagem a António Loja Neves integra a projeção do documentário «O Silêncio» (2017), da autoria do jornalista, escritor e realizador, em parceria com José Manuel Alves Pereira, que estará presente na sessão. É na Sala Félix Ribeiro, a partir das 21h30.
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