«O pressuposto de que partimos é que existem várias interdisciplinaridades e conotações plurais neste domínio, sendo múltiplos os tópicos a tratar e as interconexões que entre eles podem ser estabelecidas. Esta pluralidade está bem expressa nos textos deste livro. Ela traduz-se na diversidade das relações interdisciplinares consideradas (relações da Economia com a Ciência Política, a Sociologia, a Psicologia, a História, a Filosofia ou a Ética), nos diferentes entendimentos sobre o significado da interdisciplinaridade (desde a simples colaboração entre disciplinas à integração transdisciplinar dos saberes), nos temas/problemas analisados (Estado, organizações do terceiro sector, cidades, etc.)».
Sabemo-lo cada vez melhor: o pensamento económico dominante constitui uma das causas profundas da crise. Ao fechar-se sobre si próprio, dispensando o diálogo com outros saberes, este pensamento habita um mundo imaginário, isolado e irreal, incapaz de interpretar e agir sobre a economia como ela é. Os seus representantes são os economistas de que fala Manuel António Pina na entrevista a Nuno Ramos de Almeida, «uma espécie de núncios e arautos dos mercados. (...) Os que em geral têm acesso às televisões». Superar a sua influência e reabilitar a Economia como ciência social, estabelecendo necessariamente laços com outros domínios do saber, constitui por isso um desafio que se inscreve na tarefa de superação da crise em que nos encontramos.
Organizado por Celia Kerstenetzky e Vítor Neves, o livro «Economia e Interdisciplinaridade(s)» será lançado na próxima sexta-feira, 23 de Novembro, na Livraria Almedina Atrium Saldanha, em Lisboa, a partir das 19.00h. A apresentação da obra estará a cargo de Olga Pombo (Coordenadora do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa) e contará com a participação de Vítor Neves. Estão todos convidados.
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3 comentários:
«Sabemo-lo cada vez melhor: o pensamento económico dominante constitui uma das causas profundas da crise. Ao fechar-se sobre si próprio, dispensando o diálogo com outros saberes, este pensamento vive de (e num) mundo imaginário, isolado e irreal, incapaz de interpretar e agir sobre a economia como ela é. »
Não existe nenhum «pensamento económico». O que existe é uma máfia financeira a nível mundial a roubar o mais que pode sob o manto de uma «crise financeira» que ela própria criou.
Custa-me ver os economistas honestos (deste blogue) revelar tanta ingenuidade…
Ao contrário do que diz o Diogo, a frase que cita do post, bem poderia inscrever-se na página de abertuta de um livro sobre a crise a que se refere.
Apesar de a classificar como ingénua, não vejo em que a explicação da crise, feita pelo Diogo, divirja do que escreve o Nuno Serra. Como pode uma "máfia financeira mundial" fazer o que faz, criar o "que ela própria criou", sem ter um pensamento, um plano - destrutivo para os povos, é certo?!
Concordo com ambos, portanto.
Convenhamos que não é só a "mafia financeira mundial" posto que um cidadão pode sempre perguntar, e os Governos ? Existem só para decorar, ajudam á festa, molham a sôpa ? É a fome e a vontade de comer? E já que falamos em governos porque não falar em partidos e nas suas linguagens, ideias, marktings e demais coisas que vendem. Não serão eles uma espécie de cobertura do bôlo, ou uma espécie de pele de cordeiro a esconder o lôbo ? E a comunicação, os seus vasos comunicantes, os tais "núncios" ? São lá residentes por graça do espírito, modismo, bacoquice, ou porque alguém manda ? Como é que se diz. Ah, já me lembrei: interdiscipli etc e tal
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