Assim entendeu reagir o ministro Álvaro Santos Pereira ao artigo do Wall Street Journal, que sugere que Portugal venha a necessitar de um novo pacote de assistência financeira. Exactamente no dia em que o FMI reviu em baixa o crescimento da economia mundial, em risco de estagnar, identificando a Europa como o epicentro da crise e sublinhando a existência de «um perigo ainda maior», o de «a crise europeia se intensificar». E quando, após a reunião do Eurogrupo, o comissário Olli Rehn deu voz a mais um delirante exercício de fé, ao arrepio de todas as evidências: «o ano passado foi o ano da contenção da crise (sic), este ano tem de ser o ano de resolver a crise».
Com as economias europeias em manifesta desaceleração e os respectivos governos proibidos de adoptar medidas de estímulo à economia, face ao dogma austeritário que o acordo intergovernamental irá acentuar, a «situação internacional» de que fala Álvaro Santos Pereira é feita de tudo menos de «imponderáveis». Imponderável, quando muito, seria a improvável mudança de rumo, a tempo de evitar o desastre que se desenha cada vez com maior clareza no horizonte.
1 comentário:
Esta gente continua a brincar com os portugueses, continuam a esconder a verdade e a fazer papel de inocentes ou de vitimas das circunstâncias, estes senhores condenam aqueles que têm obrigação de defender...Esta ocultação está a acontecer em toda a Europa, todos parecem fingir que o que está em causa são os cidadãos quando é explicito o poder do capital, parece-me um exercício de fé acreditar que tudo vai correr bem quando nesta mesma lógica nunca nada foi assim...
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