sexta-feira, 17 de julho de 2015
Síndrome de Frankfurt
Já ouviram falar do Síndrome de Frankfurt? Trata-se simplesmente de uma variante, no campo da economia política do euro, do famoso Síndrome de Estocolmo, ou seja, um estado psicológico em que um indivíduo europeísta submetido durante algum tempo a um processo de intimidação financeira pelo BCE, o verdadeiro soberano monetário da Zona Euro, passa a simpatizar com o seu agressor, personificado na figura do antigo Goldman Sachs Mario Draghi, podendo mesmo chegar a vê-lo como o salvador. Este estado dá-se, por exemplo, quando o intimidador aumenta a liquidez aos bancos ou acena ao intimidado europeísta, agora totalmente submetido, com a reestruturação da dívida nos termos dos credores, usando-a abertamente como instrumento de conformação com a ordem neoliberal e com as suas decorrências pós-democráticas. O Síndrome de Washington, que envolve o FMI e os próprios EUA, é muito semelhante, embora com mecanismos menos poderosos no caso dos indivíduos europeístas, claro. Afinal de contas, estamos na Zona Euro.
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13 comentários:
Mais grave ainda é o Síndrome de Março.
Manifesta-se pela tendência de o pretenso dominador imaginar o supostamente submetido, quieto, quedo e virado para Meca.
Caro João, um grande aplauso pelo diagnóstico certeiro!
De facto, no meio desta coisa de "ficar ou sair do Euro" a lista de motivos para ficar no Euro está cada vez mais reduzida a um infantil "porque sim". Nem se percebe a resistencia (teclado sem circunflexos) de claros europeístas a que se mudem as coisas, sem perceberem que, quanto mais os dias passam mais a cura vai ter de ser implodir tudo para reconstruir nos escombros.
Síndrome de Frankfurt... É registar já o termo que pode vir a dar jeito! :)
Sejamos francos:
O comentário do das 13 e 41 não cola.É uma tristeza.E é revelador duam indigência intelectual com um toque de racismo típico.
O apontado neste post de João Rodrigues é uam evidência. Tão gritante que alguns insuspeitos personagens não hesitaram denunciar o sucedido.
O das 13 e 41 faz mais uma vez o seu papel ao serviço dos oligarcas . Mas fazendo-o podia respeitar um mínimo de decência e de honestidade intelectual.O que nao acontece
Sobra assim esta "conversa de mecas" , velhíssima artimanha de quem não tem mais do que estes processos para tapar a realidade esmagadora dos factos.
Eis um esboço dum retrato de.
Um retrato muito feio. Que esconde outras coisas ainda mais feias.
De
Bem observado, há analogia nos processos…
Mas já se percebeu que nem o intimidador, nem o intimidado, acreditam no sucesso do “reforço da dose”. É só preciso manter a ilusão, a paz podre, e não dar o braço a torcer quanto à receita.
"As fases finais do capitalismo, escreveu Marx, seriam marcadas por desenvolvimentos que são familiares à maior parte de nós. Incapaz de se expandir e gerar lucros ao nível do passado, o sistema capitalista começaria a consumir as estruturas que o têm sustido. Tomaria como presa a classe operária e os pobres, em nome da austeridade, levando-os cada vez mais fundo para a dívida e a pobreza e diminuindo a capacidade do Estado para servir as necessidades dos cidadãos comuns. Deslocaria, como desloca, cada vez mais os empregos, incluindo tanto os postos fabris como profissionais para países com reservas de trabalhadores baratos. As indústrias iriam mecanizar os locais de trabalho. Isto desencadearia um assalto económico não apenas sobre a classe trabalhadora, mas também sobre a classe média – baluarte do sistema capitalista – o qual seria mascarado pela imposição de dívida pessoal em grande escala, uma vez que o rendimento diminuiria ou estagnava. A política ficaria nas últimas fases do capitalismo subordinada à economia, tendo como resultado partidos políticos esvaziados de conteúdo político concreto e abjectamente subservientes dos diktats e do dinheiro do capitalismo global.
No entanto, conforme Marx preveniu, há um limite para uma economia assente na expansão da dívida. Chega uma altura, como Marx sabia, na qual deixaria de haver novos mercados disponíveis e novas reservas de pessoas para contraírem mais dívida. Foi o que aconteceu com a crise das hipotecas “subprime”. Uma vez que os bancos já não conseguem conceder mais empréstimos desse tipo, o esquema desmorona-se e o sistema rebenta.
Os oligarcas capitalistas, entretanto, juntam enormes somas de dinheiro – 18 biliões de dólares depositados em paraísos fiscais – o qual é extraído como tributo a quem dominam, endividam e empobrecem. O capitalismo poderia finalmente, segundo Marx disse, virar-se para o assim chamado mercado livre, junto com os valores e tradições que reclama defender. Daria início na sua fase final à pilhagem dos sistemas e estruturas que tornaram o capitalismo possível. Ao provocar mais largo sofrimento, recorreria a formas de repressão mais brutais. Tentaria, em posição frenética final, manter os seus lucros saqueando e pilhando as instituições estatais e contradizendo a sua declarada natureza.
Marx preveniu que nas últimas fases do capitalismo as grandes empresas exerceriam monopólio sobre os mercados globais. “A necessidade de constante expansão do mercado para os seus produtos persegue a burguesia por toda a face da Terra,” escreveu ele. “Tem que se aninhar por todo o lado, fixar-se por todo o lado, estabelecer contactos por todo o lado.” Estas grandes empresas, quer do sector bancário, das indústrias agrícolas e da alimentação, das indústrias de armamento ou das indústrias das comunicações, utilizariam o seu poder, tomando normalmente controle sobre os mecanismos do Estado para evitarem qualquer ameaça ao seu monopólio. Fixariam preços para maximizarem os lucros. Desenvolveriam [como têm feito] acordos de comércio como o TPP e o CAFTA (TPP -Trans-Pacific Partnership ou Parceria Trans-Pacífico e CAFTA - Central America Free Trade Agreement ou Acordo de Comércio Livre da América Central – N.T.) para enfraquecerem mais a capacidade dos Estados-nação de impedirem a exploração através de regulamentações ambientais ou a monitorização das condições de trabalho. E no final, estes monopólios empresariais fariam desaparecer a competição do livre mercado."
Chris Hedges
(De)
Depois de "mamar" e de "mamões", o senhor "José" fixa-se agora em "dominador" e "submetido". Um caso incurável de sadismo filo-fascista? Ao "quieto" e ao "quedo" só falta o "não chora!" para o peão de brega lacaio do terrorismo financeiro sair em ombros pela porta grande da Grande Praça da Estupidez Universal.
Afinal quem manda?!
Como é por de mais evidente, o problema é POLÍTICO.
A malta pôe-se a jeito...aparecem logo os Draghi(s) acólitos!
Coitada da democracia representativa!
Nem com a " Esquerda radical " no poder, o POVO manda!
QUEM DEVIA ESTAR A SAIR DO GOVERNO DO SYRIZA,
ERA O TSIPRAS
E AQUELES QUE NÃO CUMPREM OS OBJECTIVOS,
PARA QUE ESTÃO MANDATADOS.
Só alguém muito alienado pela dialética política vigente poderia acreditar que o "socialismo" burguês françês poderia fazer a diferença perante o quadro europeu actual.O sistema bi-partidário(tipo bloco central no euro)tomou conta da política e da estratégia ao serviço do sistema económico/financeiro e da visão de um mundo de competição entre blocos(já não só entre Estados)onde a Europa está agora(já o estava em outros sentidos)a meio caminho entre o sistema USA e o sistema China.E o pior é que perdemos 40 anos(não foram só 20)a encher "chouriços" com lutas ideológicas inúteis e ultrapassadas(que ainda persistem qual loucura,sendo muitas vezes apenas camuflagem para interesses oportunistas e corruptos)tendo como resultado as "mil" fracções na suposta "esquerda" e a alienação de uma percentagem importante do eleitorado(pondo de lado agora os abstencionistas e afins desconfiados)a qual poderia e deveria estar a "fomentar" uma alternativa verdadeira e credível(a qual se existe não se descortina)tendo em conta a realidade e a situação do país e do contexto na UE.Salva-se nisto tudo(no contexto nacional e europeu)até ver os tachos dos corruptos instalados(com algumas excepções) e dos "comentadores"(tv e rádio)...e do humor(onde não param de aumentar as novas oportunidades).Trágico
O Tsypras e os seus aliados tiverem a vertigem típica do síndrome de Março, na sua versão lírica (sem tropa armada) mas cumprindo os demais cânones.
Foram seis meses de bravata pseudo-revolucionária sem qualquer capacidade de identificar as condições objectivas de condicionamento do sucesso das políticas propostas.
Como é inevitável nas manifestações desse síndrome, a democracia sai diminuida ou até ridicularizada pela sua invocação abusiva transformando-a em ferramenta de demagogos.
O resultado seguro é sempre o mesmo: destruição de valor e demoradas e penosas recuperações conseuqentes.
Não fique por dizer que sempre têm sucesso em conquistar ardorosos opositores.
-Como é possível que os humanos incorporem fisionomias tão próximas dos animais?...Será por causa dos princípios lançados por Darwin nas suas teorias, que estas imagens nos acometem em cada instante, ou será apenas uma realidade incontornável?
Ultimamente entretenho-me a ver as semelhanças entre homens e animais. Sento-me num qualquer lugar e vou observando...
-Por exemplo, este Mário Dragui tem ar de abutre ou de ratazana?
-O nosso Coelho não tem ar de coelho, embora pareça um ruminante, naquela retracção labial de espertalhão -semicerrando os olhinhos- que ele coloca no semblante, de cada vez que lhe fazem umas perguntas saloias e lhe põem a cenoura à frente do nariz(?).
-O seu amo e gestor de carreira Ângelo Correia, recorda-me imenso um castor. Aqueles dentes muito grandes e amarelos, o seu enorme rabiote, e uns pés assentes nuns sapatos 47...
O BCE é o banco da Alemanha e seus satélites , pois apenas serve os seus intersses e a sua política imperialista.
A pantomina do das 00.00 corresponde ao perfil. Uma espécie de nulidade a contas com números e representações fictícias.
Porque após a lição sobre o capital fictício, volta-se a um síndrome de Março ( ?? ) parido como recurso in-extremis para abafar a rendição e a capitulação.
O síndrome de março é assim consequência directa dum nada, de coisa nenhuma, talvez duma crise ou duma epifânia pessoal num qualquer sofá em qualquer sítio da flandres, onde se debatesse a política do "trabalho" executada ( é o termo) pelos amigos. Após o consumo regimental da cerveja e a incontinencia de vocabulário que leva aos delírios confabulatórios mas também às confissões pessoais sórdidas e abjectas
Sabemos que a resultante é um zero. Talvez se sonhe com um Março armado ( não lírico????? o que será isto?) e com novos opositores surgidos nas caves infectas da extrema-direita. O tentar apagar a responsabilidade dos amigos dos amigos, dos amigos tout court ou dos próprios dá nisto. A tentativa de resumo da presente situação grega aos últimos seis meses é o testemunho dum desespero propagandístico que assume que os outros estão cegos e ou que são estúpidos
Quem ameaçava com o recurso à força contra quem se negasse a cumprir os desígnios da "sua " troika fala agora em destruição de "valor. Indiferente à tragédia grega, mal soletrando Aristóteles e sonhando com o paraíso para os detentores do Grande Capital de que é fervoroso comparsa,assume o velho como se estivesse vestido para as encenações e as missas do estado novo de outrora.
“O que é velho está a morrer, o que é novo luta por nascer e no interregno há muitos sintomas mórbidos,” escreveu Antonio Gramsci.
O que vier a seguir depende de nós."
De
Repare-se todavia na coincidência ( ou talvez não ) do discurso de passos coelho sobre a Grécia e o desbobinado pelo das 00.00. Como que se houvesse necessidade de repetir a " propaganda" indiferentes à realidade e aos próprios factos.
Um jornal que não tem nada de revolucionário entreteve-se a desmontar algumas das mentiras e s aldrabices do coelho numa das suas entrevistas
Passos Coelho: "O plano para a Grécia estava a dar resultado antes de vir o Syriza." ( é a versão mais civilizada do " destruição de valor e demoradas e penosas recuperações conseuqentes.")
Resposta do Jornal de Negócios:
"Ao longo de 2014, houve algumas emissões de dívida bem-sucedidas, mas o acesso regular e estável ao mercado não estava garantido. Os juros da dívida a 10 anos estiveram perto dos 5% em Setembro, mas aproximaram-se dos 9% em meados de Dezembro, reagindo à antecipação de instabilidade política que resultou das dificuldades do anterior governo em cumprir o acordado com a troika.
O mau desempenho das exportações foi acompanhado de uma queda acentuada das importações durante cinco anos consecutivos, o que permitiu um excedente externo ao país. É uma das vitórias da troika, mas que foi acompanhado de um colapso da economia. Em 2014, a economia grega cresceu 0,8%, após seis anos consecutivos de recessão. Contudo, no último trimestre do ano, os indicadores voltaram a trazer más notícias, já que, segundo dados reportados pelo Eurostat, o crescimento em cadeia foi negativo (-0,2%). Mais, o registo de 0,8% surgiu depois de uma queda de cerca de 25% do Produto Interno Bruto do país, entre 2009 e finais de 2014.
Um dos indicadores que maior preocupação suscitava, e continua a suscitar, é peso da dívida pública. Desde o FMI às instituições europeias, algum tipo de reestruturação tem sido apontada como incontornável. Relembre-se que a Grécia operou em 2012 a maior reestruturação de dívida pública da história, mas em finais de 2014 estava acima dos 170% do PIB. Em 2009, o valor da dívida pública estava nos 130%.
Depois de atingir níveis de desemprego histórico, em finais de 2014 a taxa correspondente era, apesar de uma ligeira recuperação, ainda superior a 25% da população activa, superando os 50% entre a população jovem. Lembre-se que, ao longo do programa de assistência, o país viu o número de habitantes cair, tal como o número de empregos. Desde 2009, segundo os dados do FMI, a Grécia perdeu 150 mil residentes (-1,3%) para cerca de 11 milhões de habitantes, e destruiu 850 mil empregos (-18%) para os 3,75 milhões."
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica/detalhe/as_respostas_na_entrevista_de_passos_coelho_sao_verdadeiras_ou_falsas.html
Isto é dum jornal do sistema. Até onde vai a desfaçatez da mentira e da manipulação?
De
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