quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

É este o espírito

 

«A venda dos Miró é simbólica, não financeira. A seguir vêm as águas e depois a CGD. E quanto mais barato tudo se vender, melhor. No caso das empresas, é para favorecer a "iniciativa" privada. No caso dos quadros, é por castigo. É este o espírito. Vão por mim.»

Pedro Lains (via facebook)

1 comentário:

R.B. NorTør disse...

Não creio que seja simbólica, antes é uma boa metáfora para o que tem sido esta reforma de Portugal.

Até onde tenho percebido, e não sou especialista em arte, os valores parecem incrivelmente baixos. Estando os mesmos associados ao BPN, quase que lembra a "venda" do banco após a nacionalização do lixo tóxico. Será que esta venda é para o Dias Loureiro guardar os quadros ao amigo Oliveira e Costa?

Por outro lado, alguém chegou a fazer um estudo de quanto podia render uma colecção de Miró desta dimensão num museu em destaque nos operadores turísticos? Porque seria interessante comparar o que se consegue no imediato com o que se consegue a longo prazo.

Claro que isso implica uma visão que este desgoverno já mostrou que não tem. A agenda ideológica "obrigou-os" a abdicar dos 20-25% da EDP (lucros de 1 000 000 000€ no ano passado, segundo o Económico), levou-os a vender os CTT (lucros...) e claro que os leva a "acreditar" que a água é um bem transacionável como pepitas de chocolate.

O que o leilão dos Miró nos diz, a ser verdade que nem sequer os trâmites legais para conduzir a operação foram seguidos, é que mais uma vez não houve planeamento, nem sequer vontade de tapar um buraco, é apenas a metáfora desta desgovernação: vende-se algo bem abaixo das suas reais capacidades, ao arrepio de qualquer lei, apenas porque sim.


De caminho, e com vista ao pagamento do buraco do BPN: já houve algum chinês ou indiano gold que comprasse a casa do Oliveira e Costa na Quinta da Coelha, com a verba a reverter para os cofres públicos? Ou será que ele ainda irá fazer uns churrascos com os seus vizinhos virginais?