Epur os que têm a razão visionária sempre se desligaram de mudar, muito ao espírito de um "não sei por onde vou, mas não vou por aí" aplicado a tudo o que não seja deles. Aliás, o que é genuinamente deles?
O problema não é ter razão antes do tempo, é sim o facto das pessoas continuarem a votar nos mesmos 3 de sempre (dos últimos 40 anos) como se nada se tivesse passado! É como se a política fosse da mesma natureza da paixão clubística: é-se do Benfica uma vez, é-se do Benfica para sempre, quer ele jogue bem, quer ele jogue mal...
A questão é que não foi antes do tempo mas sim no tempo certo pois ainda não estávamos dentro do clube dos ricos. estávamos a receber o seu "amável" convite para lhe pertencermos. um clube onde era tudo ouro sobre azul para todos os membros sem distinção.
Quem tomou a decisão de lá entrarmos não foi o PCP. esse leu as letras miudinhas do contrato de adesão à parvoeira sem vergonha e disse logo que não deveríamos entrar.
Partilhou, com quem o quis ouvir, a sua opinião mas esta não foi sequer tida em conta porque havia outros interesses, tal como se vê.
NorTor, há mudar e mudar. Como não sou comunista, não me custa nada referir-me à mudança nos partidos comunistas. Gostava de ver mudanças de actualização no PCP, de "descristianização" do que, face a muitos eleitores não comunistas, retira apoio ao que também muitos desses eleitores reconhecem como a coerência e firmeza de luta do PCP. Mas há outras mudanças, que rejeito, como a que, em Itália, conduziu o PCI ao suicídio, privando as camadas trabalhadoras de um forte instrumento político de que dispuseram durante dezenas de anos.
Uma ideia de 1998 "tem razão em 2014". E teve razão entre 1998 e 2014? E terá razão em 2015 e seguintes? O tempo não termina, por isso não é possível tomar uma situação num determinado momento como prova definitiva da "razão".
O Vacsoncelos Costa devia ler o texto original de Vitor Dias, bem mais eloquente que a versão truncada colocada aqui no Ladrões.
É que esse evidencia com claro brilho como a posição de loucos como os comunistas foi segregada nos jornais, com espaço para as teleologias bíblicas de Guterres, "Tu és o euro e sobre ti se construirá a Europa". Os jornais papavam estas fés e desdenhavam das dos loucos do PCP (ou também dos Ferreiras do Amaral).
E quem tinha razão em tempo? Os loucos excluídos da participação política e não Guterres e Imprensa.
Topete. É o que me ocorre:é preciso topete para virar o mundo ao contrário e afirmar que a razão antes do tempo não interessa. Ok. Vamos lá então: politicamente eficaz teria sido embarcar na miragem, fingir deixar-se comer por parvo e não fazer nada para tentar impedir o sucesso da visão delirante imposta às pessoas. E a seguir? Com franqueza!!!
Alguns de nós ajudaram a preparar a campanha do PCP que é referida no post. No ano anterior, em 1997, estivemos envolvidos na elaboração de grande parte dos materiais da "Campanha sobre a União Europeia" realizada pela JCP (a campanha é referida algures neste artigo: http://www.pcp.pt/publica/militant/227/p34.html).
O nosso problema, caríssimos Ladrões de Bicicleta, é muitos dos bem intencionados terem vista curta. Quando muito deveria escrever-se no título deste post: Ter razão antes do tempo vale pouco empulytika.
Dossier que o PCP mantém no seu site sobre a campanha contra a moeda única nos anos 90, complementada por uma intervenção de 2004 relativa aos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu: http://www.pcp.pt/actpol/temas/moeda/index.html
Ontem como hoje é premente sair do euro e da UE. É urgente promover um referendo sobre estas duas questões tão importantes e vitais para o nosso país. Se nada for feito a tal respeito, como já ouvi alguém dizer e escrever, Portugal poderá deixar de existir.
19 comentários:
Há combates que, mesmo perdidos, é necessário travar. Não é só um imperativo moral (e político). Darão frutos mais tarde.
Um abraço.
1977-1983-1989 era ano de moeda única ou novo resgate!
1983-2011 28 anos à espera da inevitável crise!
Epur os que têm a razão visionária sempre se desligaram de mudar, muito ao espírito de um "não sei por onde vou, mas não vou por aí" aplicado a tudo o que não seja deles. Aliás, o que é genuinamente deles?
Isso ganhava em ser lido no conjunto do post que o desencadeou. http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2014/02/portugal-e-o-euro.html
é que a postura dos pós moeda única venderam a coisa como incontornável excluindo outros do debate
Originariamente, e mais completo, aqui em http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2014/02/portugal-e-o-euro.html
O problema não é ter razão antes do tempo, é sim o facto das pessoas continuarem a votar nos mesmos 3 de sempre (dos últimos 40 anos) como se nada se tivesse passado! É como se a política fosse da mesma natureza da paixão clubística: é-se do Benfica uma vez, é-se do Benfica para sempre, quer ele jogue bem, quer ele jogue mal...
Tiveram razão na altura certa que era quando se podia ter evitado tudo isto.
A questão é que não foi antes do tempo mas sim no tempo certo pois ainda não estávamos dentro do clube dos ricos. estávamos a receber o seu "amável" convite para lhe pertencermos. um clube onde era tudo ouro sobre azul para todos os membros sem distinção.
Quem tomou a decisão de lá entrarmos não foi o PCP. esse leu as letras miudinhas do contrato de adesão à parvoeira sem vergonha e disse logo que não deveríamos entrar.
Partilhou, com quem o quis ouvir, a sua opinião mas esta não foi sequer tida em conta porque havia outros interesses, tal como se vê.
NorTor, há mudar e mudar. Como não sou comunista, não me custa nada referir-me à mudança nos partidos comunistas. Gostava de ver mudanças de actualização no PCP, de "descristianização" do que, face a muitos eleitores não comunistas, retira apoio ao que também muitos desses eleitores reconhecem como a coerência e firmeza de luta do PCP.
Mas há outras mudanças, que rejeito, como a que, em Itália, conduziu o PCI ao suicídio, privando as camadas trabalhadoras de um forte instrumento político de que dispuseram durante dezenas de anos.
Esta era a posição do PCP, em 1998, sobre a entrada para a moeda única e vocês o que diziam, em 1998, do PCP?
Uma ideia de 1998 "tem razão em 2014". E teve razão entre 1998 e 2014? E terá razão em 2015 e seguintes? O tempo não termina, por isso não é possível tomar uma situação num determinado momento como prova definitiva da "razão".
O Vacsoncelos Costa devia ler o texto original de Vitor Dias, bem mais eloquente que a versão truncada colocada aqui no Ladrões.
É que esse evidencia com claro brilho como a posição de loucos como os comunistas foi segregada nos jornais, com espaço para as teleologias bíblicas de Guterres, "Tu és o euro e sobre ti se construirá a Europa". Os jornais papavam estas fés e desdenhavam das dos loucos do PCP (ou também dos Ferreiras do Amaral).
E quem tinha razão em tempo? Os loucos excluídos da participação política e não Guterres e Imprensa.
Guterres e Imprensa que como Vasconcelos Costa mandava os comunistas reformarem-se.
Topete. É o que me ocorre:é preciso topete para virar o mundo ao contrário e afirmar que a razão antes do tempo não interessa. Ok. Vamos lá então: politicamente eficaz teria sido embarcar na miragem, fingir deixar-se comer por parvo e não fazer nada para tentar impedir o sucesso da visão delirante imposta às pessoas. E a seguir? Com franqueza!!!
Eppur si muovono, tra i seduti
Caro Anónimo das 17:07,
Alguns de nós ajudaram a preparar a campanha do PCP que é referida no post. No ano anterior, em 1997, estivemos envolvidos na elaboração de grande parte dos materiais da "Campanha sobre a União Europeia" realizada pela JCP (a campanha é referida algures neste artigo: http://www.pcp.pt/publica/militant/227/p34.html).
Com muito orgulho, pela parte que me toca.
O nosso problema, caríssimos Ladrões de Bicicleta, é muitos dos bem intencionados terem vista curta. Quando muito deveria escrever-se no título deste post: Ter razão antes do tempo vale pouco em pulytika.
Dossier que o PCP mantém no seu site sobre a campanha contra a moeda única nos anos 90, complementada por uma intervenção de 2004 relativa aos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu: http://www.pcp.pt/actpol/temas/moeda/index.html
Ontem como hoje é premente sair do euro e da UE.
É urgente promover um referendo sobre estas duas questões tão importantes e vitais para o nosso país.
Se nada for feito a tal respeito, como já ouvi alguém dizer e escrever, Portugal poderá deixar de existir.
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