Portugal não iria precisar nem de mais tempo, nem de mais dinheiro. Depois de 2014 não seria preciso mais nenhum programa da troica. Em 2013, a economia começaria a crescer, Portugal “voltaria aos mercados” e acabava a austeridade.
Era assim - precisar de mais “ajudas” seria um fracasso - mas começa já a não ser. Tanto na Grécia como em Portugal entrámos na fase do coma induzido de duração indefinida.
O que na realidade se passa é que em Setembro de 2013, 9,7 mil milhões de euro em títulos de dívida pública atingem a sua maturidade e terão de ser pagos. O atual empréstimo da troica já não cobrirá esse montante. Isso significa que, para poder pagar, o Estado português terá de emitir títulos de médio e longo prazo antes desta data e encontrar credores dispostos a adquiri-los por uma taxa de retorno razoável. Falta um ano e meio.
Acontece porem que os regulamentos do FMI determinam que esta instituição só possa libertar fundos no caso de existirem garantias de financiamento do país intervencionado pelo menos durante um ano. Antes de Setembro de 2012 o FMI vai ter de verificar se estas garantias existem ou não. Se o calendário for cumprido esta avaliação deverá ser feita na 4ª revisão do Programa da troica, em Junho de 2012. Faltam três meses.
Se a troica concluir em Junho próximo que não há garantias de “regresso ao mercado” antes de Setembro de 2012, o que é muito provável, o FMI condicionará a libertação das últimas tranches do empréstimo à negociação de um segundo programa – o tal que Krugman na sua visita a Portugal dizia que não deveríamos aceitar por nada deste mundo.
Dado que o “regresso aos mercados” antes de 2013, garantido pelo ministro das finanças, mas com necessidade de ser demonstrado até Junho, é mais do que muito improvável, a questão que se coloca de imediato ao governo, a todos os partidos políticos e a cada um de nós, é a de aceitar ou rejeitar um segundo programa que prolongue a intervenção da troica pelo menos até 2018.
Começou entretanto a preparação psicológica para a aceitação da “inevitabilidade” e o consentimento de um segundo programa da troica. Vitor Constancio – um ex-dirigente do PS, lidera. Esperemos que isso não seja uma indicação de que o PS de hoje o irá seguir em nome da fidelidade à maioria de suporte à austeridade sem fim à vista.
Conseguem imaginar o que seria Portugal em 2018 depois de uma nova intervenção da troica?
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Será que os cidadãos deste país terão alguma vez sequer a oportunidade de poder ”aceitar ou rejeitar um segundo programa que prolongue a intervenção da troica pelo menos até 2018”?
A manipulação segue o seu caminho, e essa figura deliberadamente amorfa que foi governador do BdP (coincidência!), já veio mostrar uma disponibilidade verdadeiramente patriótica, para mais uma “ajuda” (este homem merece uma rua com o seu nome).
Portugal está no bom caminho, nem precisa mais tempo nem dinheiro, está tudo a correr conforme o plano - dizem eles…Seguro seguro, é que esta democracia virou farsa.
Os portugueses, ou uma parte deles, deve compreender que se está a lidar com assassinos. A partir daí, basta agir em conformidade.
Depois de 2014, a troika passará a existir sobre a forma de tríades chinesas e de máfias turcas para o recrutamento de pessoal, os professores passarão dos 1500 a 4500 euros, para os 500 contos (ou 500 dólares da nova zelândia)e 1500 contos.
O salário mínimo chegará aos 200 contos e o litro de gasolina aos 4 ou 5,
uma vez que vão ser precisos 2 para comprar a dita cuja e outros dois para pagar ao pessoal que cobra impostos.
As senhas de gasolina serão dadas aos militares como em 1975 (20 litros por sargento por semana e 35 litros por major).
É matá-los a todos, aos assassinos.
Enviar um comentário