Quinze países da zona euro, incluindo os distintos AAA, foram avisados pela Standard & Poor's que as suas notações podem ser cortadas. A Zona Euro caminha para o lixo e sem mandar estas instituições para o caixote do lixo da história financeira. É claro que para os Estados monetariamente soberanos, como os EUA ou o Japão, estas ameaças pouco aquecem ou arrefecem nas taxas de juro da dívida soberana.
Na Zona Euro, que reduziu os Estados, primeiro os periféricos, ao estatuto de regiões, sem criar nada que os substituísse na escala apropriada, a da moeda, o círculo vicioso, reforçado pelas profecias auto-realizadas destas instituições, é o mesmo de sempre: a austeridade também prescrita pelas agências gera recessão e ainda mais fragilidade financeira.
No meio de toda a pressão, as soluções de relançamento com escala europeia, que passam pela acção monetária do BCE, pela emissão de euro-obrigações garantidas por uma instituição europeia, pelo reforço do Banco Europeu de Investimento e pela recapitalização dos bancos, com correspondente aumento do controlo público, são definitivamente enterradas e substituídas pelo moralismo mais imoral, por um panóptico financeiro inviável, o que assegura que a única saída, a prazo, é mesmo o fim do euro.
Não é aliás por acaso que Yanis Varoufakis, um dos autores da proposta modesta para uma saída europeísta para a crise, começa relutantemente a encarar o cenário de abandono de um navio que se afunda. Costas Lapavitsas, outro economista político, e um dos dinamizadores do RMF, há muito que só conta com esse cenário. Tudo parece começar na Grécia.
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