sexta-feira, 11 de novembro de 2011
É o que dá os estados serem unidos...
Esta é a evolução da taxa de juro das obrigações do tesouro dos EUA a 10 anos nos últimos anos (via Paul Krugman). É o que dá ter tudo o que a Zona Euro não tem: poder político federal, orçamento federal com peso, dívida pública da federação, um banco central mais próximo do que deve ser esta instituição central a uma economia monetária de produção. A integração assimétrica europeia é inviável porque os estados vão sendo reduzidos ao estatuto de regiões, tendo perdido instrumentos de política soberana sem que esses instrumentos tivessem sido reconquistas à escala relevante, que é a da moeda. Como afirmou recentemente Yanis Varoufakis, as crises põem em causa as engenharias monetárias liberais mais extremas: padrão-ouro no século anterior, euro neste...
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3 comentários:
Entrevista com Rogoff publicada no Estado de São Paulo, do Brasil:
"É óbvio que a ideia de que você possa ter países separados com uma moeda única foi mal concebida e eles precisam ter uma união política muito mais forte, incluindo uma autoridade tributária central e uma dramática partilha de receitas fiscais, partilhar em grande escala. Precisa ser uma união de transferências, não há dúvida quanto a isso. E isso é necessário porque eles precisam colocar limites muito mais estritos em níveis de endividamento dos países, mais parecido com o que ocorre com os Estados americanos do que com atual sistema europeu. E, se eles forem colocar esses limites, os países precisam de uma válvula de escape, precisam de alguma forma de ser ajudados nas recessões. E isso realmente tem de ser por meio de transferências."
E ainda o Rogoff:
"Acho que os países periféricos da Europa vão enfrentar anos e anos de crescimento muito baixo e recessão, e isso faz com que os pacotes de austeridade sejam completa e fundamentalmente impossíveis de serem cumpridos. Assim, para todos esses países, é um grande problema. Já para os países centrais, o baixo crescimento é bem administrável, eles não estão numa situação tão ruim. Mas certamente estão com menos capacidades de salvar financeiramente todos os outros países. Ainda que a Alemanha e a França não tenham problemas de dívida imediatos, a sua dívida é alta, o problema de envelhecimento da população é muito complicado - eles não têm bolsos tão profundos para bancar para sempre os países da periferia.
Mas haveria alguma maneira de fazer com que os países da periferia voltassem a crescer?
Eles poderiam abandonar o euro e ter uma desvalorização da taxa de câmbio. Isso certamente é a forma mais fácil. Existem conversas sobre a solução da Estônia, onde eles cortaram os salários, mas é muito difícil de fazer. Na Grécia, os salários provavelmente teriam de cair 40%. Eu simplesmente não acho que isso vá acontecer. Quer dizer, uma desvalorização cambial poderia fazer isso.
O sr. acha que países podem sair do euro?
É altamente provável que pelo menos um e possivelmente mais países sejam forçados a abandonar o euro antes que esse problema seja resolvido. Pode levar anos e anos. Porém, porque o único desfecho possível é uma união fiscal muito mais forte, acho que os alemães e outros serão muito relutantes em estender esta união a países nos quais eles têm pouca fé em termos do nível de desenvolvimento e da capacidade de ser parte de uma união política tão forte. Eu tenho a expectativa de que nós vamos ver países abandonarem o euro, pelo menos temporariamente, talvez por 10 ou 20 anos."
Para ler na íntegra:
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=48910
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