A The Economist está num daqueles momentos excepcionais, que caracterizam os liberais quando se atrevem, os que se atrevem, a contemplar o desastre das suas prescrições e a promover uma retirada para o terreno mais pragmático de um outro enquadramento político dos mercados, com medidas pensadas para tentar travar os principais encadeamentos depressivos gerados pela acção inconsciente das forças do capital financeiro. Estas forças conduzem ao inevitável fim de um euro que foi pensado para as fomentar. As medidas propostas hoje pela sabedoria convencional passam por: acção decidida do BCE, cortando taxas de juro, injectando liquidez, comprando títulos de dívida pública em larga escala, agindo como credor de último recurso; arremedo de euro-obrigações, já que as verdadeiras teriam de ser emitidas/garantidas por uma instituição europeia como o BCE, tendo como troca do arremedo inviável, porque garantido por Estados sem soberania monetária, um maior controlo alemão dos processos políticos nacionais, formalizando e consolidando relações de dominação. A The Economist tem consciência dos efeitos perversos de uma austeridade que, no fundo, lá reconhece que há que superar. É claro que continua a alinhar pelas reformas ditas estruturais, desenhadas para aumentar as desigualdades e a canibalização dos recursos públicos, embora a revista em que todos os artigos parecem escritos pela mesma pessoa se aperceba das "manias, pânicos e crises" deste sistema financeiro liberalizado. Que querem? Não se muda de ideologia de um dia para o outro. Trata-se tão só de assegurar a estabilidade macroeconómica do processo em curso, mobilizando o Estado bombeiro possível e mudando estruturalmente o menos possível. Esta publicação liberal vê mais longe dos que os antigos e actuais eurocratas do bloco central que escrevem artigos colectivos, mas estamos perante medidas insuficientes e de difícil concretização política. O tempo dos liberalismos pragmáticos, já passou, mesmo que a sabedoria convencional não se aperceba disso.
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3 comentários:
Vejam a quem pertence a Economist magazine e entendem a sua razão de ser.é por isso que todos os artigos parecem ser apenas de uma pessoa.
Eu diria mais. Depois do fim do comunismo, o fim do sonho socialista (enterrado pelo pragmatismo e pela realidade).
A Europa vive numa ditadura merkosy (Freitas do Amaral, o perigoso comunista)
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