Na semana passada, diversas publicações deram voz ao que Vítor Bento, presidente da SIBS, escreve no blogue da SEDES. Vítor Bento argumenta que, segundo o BCE, os custos unitários de trabalho em Portugal aumentaram mais 24% do que na Alemanha e mais 13% do que a média europeia (presumo que desde 2000). Segundo o economista, tal aconteceu “porque os aumentos salariais foram acima do que deveriam ter sido”. A resposta para o problema passará por “uma redução dos salários reais” (Visão, 5/03/09).
Não conheço o argumento de Vítor Bento em pormenor, já que o seu prometido livro ainda não está à venda. Quero acreditar que o seu argumento tem nuances. Contudo as suas declarações, alvo de destaque em inúmeras publicações, valem por si mesmas, e configuram um claro exercício de legitimação da continuação da austeridade assimétrica permanente de que tanto temos falado. É grave, quando proeminentes economistas adoptam um discurso manipulador, simplista e, sobretudo, desastroso para economia portuguesa. É que podem ser levados a sério...
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2 comentários:
É lamentável que não se comece por reduzir os salários milionários do topo da pirâmide (como é o caso de Vítor Constâncio e tantos outros); ou os bónus; ou não se reduza a despesa com as várias mordomias, como esta por exemplo: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1369013&idCanal=2100
Bom fds!
Neste caso não concordo com Vitor Bento. O problema não está nos salários e no seu aumento mas sim na incapacidade de competir, das nossas empresa e empresários, no valor (no que facturam).
A importãncia do custo do trabalho não está em si próprio mas no seu retorno. Ex: a produtividae é um rácio entre o facturado e o custo da mão de obra. Quando está desiquilibrado comparativamente então o problema está nos dois factores e não num só. Um trabalhador português vai para a Alemanha, ganha mais e tem maior produtividade, porquê. Porque a empresa produz e vende produtos de maior valor. Fui claro?.
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