terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Optimismo da vontade

«O nosso papel, do meu ponto de vista, deve ser o de compreender a mudança e nunca fugir a essa obrigação intelectual. Politicamente, porém, o nosso papel deve ser mais profundo ainda. Tentarei resumi-lo numa expressão um pouco arrevesada: é mudar a própria mudança. Que quero dizer com isto? Que não temos de aceitar a chantagem do inevitável nem contentar-nos com medidas meramente epidérmicas — para não dizer cosméticas. Pelo contrário, a própria ideia de democracia parte do pressuposto de que é possível tomar em conjunto decisões fundamentais e transformadoras. À esquerda, “mudar a mudança” quer também dizer que o discurso “alternativo” não pode ser sempre igual nem estar reduzido às mesmas fórmulas se, em vez de ficar à margem, quisermos aproveitar as energias da mudança para a redirigir no sentido da justiça social e dos nossos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade» (Rui Tavares, finalmente de regresso ao Público). Vale a pena ler o resto. Rui Tavares, Marisa Matias, co-autora deste blogue, e Miguel Portas. Sim, de vez em quando eu sou muito voluntarista. Como dizia Antonio Gramsci: «pessimismo da inteligência, optimismo da vontade». É crucial reforçar o pólo europeísta e socialista à esquerda dos partidos social-democratas realmente existentes. Por toda a UE. Razões não faltam. Podemos começar por fazer algumas perguntas...

Relembro os bloguistas mais distraídos que esta posta, como aliás tudo o que se escreve neste blogue, só compromete o seu autor.

1 comentário:

CS disse...

Com esse discurso de mudança, eu não resisto a deixar um convite. Pelo mágnifico discurso tb que Obama fez hoje:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/02/discurso-do-estado-da-ncao-de-obama-o.html