Já agora isto requer uma discussão: o que causa esta assimetria? Será um efeito de rede social em que os gestores de empresas protegidas da concorrência internacional acabam por constituir uma casta protegida que circula entre empresas sem o devido escrutínio? E como explicar que este padrão (proveniente dos países anglo-saxónicos) se esteja a generalizar? Serão as transformações no capitalismo à escala global, iniciadas nos anos setenta, que explicam isto?
Eu tendo para a segunda hipótese. Mas talvez não se possa descartar também a primeira. Não sei. Mas sei que há poucas discussões mais importantes do que esta. Sem uma adequada compreensão das causas, é difícil definir políticas capazes de, pelo menos, atenuar esta desigualdade.
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1 comentário:
Gostaria só de deixar uma nota para reflexão.
Numa parte das empresas cotadas em Bolsa, quem detém real poder é a Administração, frequentemente ao arrepio dos accionistas "concretos". Não se trata apenas dos clássicos problemas de agência. Frequentemente, o capital encontra-se disperso por um conjunto de investidores institucionais sem rosto (e.g., fundos de investimento) que não constituem um corpo accionista estável e que portanto acabam por não deter um poder efectivo sobre a gestão. E são frequentes os casos em que há um corpo de gestores que se eterniza no poder, sem o escrutínio efectivo sequer dos accionistas, prosseguindo fins que são basicamente os seus, ganhando uma visibilidade mediática que serve o reforço do seu poder. Talvez se consiga associar este fenómeno à formação da tal "casta protegida"...
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