quinta-feira, 12 de maio de 2022

Ler mal ou demasiado bem

Jornal Expresso online, 8/12/2021

Em Dezembro de 2021, as autoridades russas alertaram para as "consequências perigosas" e que usariam todos os meios disponíveis para pôr fim a ameaças que consideravam estar a ser feitas com o aumento das actividades militares dos Estados Unidos e dos países da NATO nas fronteiras russas. Perigosas ou não, as movimentações militares não ajudaram a criar um ambiente de paz, propício a um entendimento pacífico entre a NATO e a Rússia. Os Estados Unidos poderiam ter esvaziado a situação, afirmando que a adesão da Ucrânia à NATO nunca seria aceite, que era do interesse da Humanidade que se mantivesse neutra e promovendo uma solução pacífica para a região coberta pelos acordos de Minsk. Mas isso não aconteceu. E sabemos hoje, quais foram "todos os meios disponíveis" - irrazoáveis, ilegais, humanamente condenáveis, que, no nevoeiro da guerra, fizeram emergir forças mortíferas incontroláveis - usados pela Rússia desde 24 de Fevereiro de 2022.

Mas das duas, uma: ou a invasão russa da Ucrânia não foi uma surpresa e então é de concluir que a invasão militar fazia parte dos planos da NATO; ou foi uma surpresa e então isso quer dizer que a NATO e o Ocidente não entendem as preocupações e as palavras do Kremlin, não percebem como lá se pensa e, por isso, não levaram a sério os alertas e protestos russos.

Nenhuma destas hipóteses abona muito a favor da razoabilidade das estruturas da NATO e do que presentemente se passa no Ocidente, com os alertas da Rússia de que está disponível para usar armas nucleares (dispositivos previstos no seu conceito militar) e, nomeadamente, com o pedido da adesão da Finlândia e da Suécia à NATO.

Veja-se a mensagem bélica que é passada pela comunicação social que cobre esses avisos.

Manuel Poejo Torres (MPT), tido como especialista da NATO, dizia na CNN (a 3/5/2022), que:
MPT: No dia de 9/5 vamos assistir a um aviso de Putin, mais um, de destruição total. Armas nucleares, o conceito de arma em si, merece discussão. Porque uma arma serve uma estratégia, tem de ser empregada tacticamente. Ora, uma arma nuclear não pode ser utilizada tacticamente, é autodestrutiva para quem a utiliza, porque vai assinalar imediatamente uma resposta militar da outra parte [e faz gesto de mísseis a viajar no ar], a destruição mútua. Portanto, estamos a falar de algo que está na dimensão das ideias. Não a podemos alimentar porque senão caímos na armadilha de Putin, alimentando o medo. É preciso explicar às pessoas, especialmente aos portugueses, que esta teoria...

Pivot: Mas esse medo é natural, não é?

MPT: Esse medo é natural, mas ... é preciso explicar... por que é que ele pertence a uma realidade bem distante, bem distante. Armas tácticas, detonações tácticas... nós temos de tirar o “tácticas”, porque uma detonação nuclear continua a ser uma detonação nuclear, mas face à esfera de influência que a China tem neste momento com a Rússia onde não existe limites para a cooperação – foi assim que a última reunião de Lavrov com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros acabou – tenho a certeza que a China tem rédea curta em detonações nucelares e neste tipo de retóricas. Agora, falar ameaçar o Ocidente com que aquilo que o Ocidente tem medo com a destruição instantânea...

Pivot: Isto numa altura em que a Russia voltou a ameaçar a NATO...

MPT: Precisamente.

Pivot: Mais uma ameaça do Kremlin...

MPT: Exacto, é mais uma ameaça, é uma ameaça vazia.

Pivot: Apenas para provocar medo?

MPT: Apenas.

Pivot: Este apenas tem de...

MPT: Exacto, tem de ser enquadrado: faz parte de uma política de terra queimada (...). Atacar capacidades da NATO poderá imediatamente accionar o artigo 15º. Putin é um homem que pode estar longe da democracia, mas é inteligente. E não o vai fazer. Agora, tem obrigação - junto do seu eleitorado e para com a sua narrativa - de o dizer. Temos de perceber isso. Putin está numa situação que tem de fazer todas as ameaças que consegue. Chama-se a isto utilizar Sharp-Power – isto é, meios da diplomacia como uma uma arma politica de arremesso para atingir os seus fins.

Pivot: E isso resulta na prática?

MPT: Não para a NATO. Porque não é a NATO como bandeira que está a enviar capacidades para o terreno. São os membros, as nações que pertencem à NATO que o estão a fazer - de forma individual. Claro, isso faz parte da retórica de Vladimir Putin: pôr toda a gente dentro do mesmo saco.
Este discursso parece de alguém que vive demasiado próximo da guerra (sem pensar em quem sofre com ela) ou que vive perdido num pequeno mundo fechado demasiado distante do terreno, altamente perigoso. E mais perigoso quando hoje se tornou conhecida a decisão do Governo finlandês de aderir à NATO e a comunicação social sueca anunciou no mesmo dia que a Suécia iria replicar esse pedido, na próxima semana. O porta-voz do Kremlin anunciara já ontem que o assunto irá ser profundamente analisado.

A mesma cadeia CNN questionou a comentadora Helena Ferro Gouveia (HFG), pró-NATO:

Pivot: Historicamente, os finlandeses sabem o que é ter os russos ali à porta. (...) Isto acaba por ser uma inversão daquilo que o Kremlin pretendia. Se invadiu a Ucrânia com o pretexto ou sob o pretexto de que a NATO estava a chegar demasiado próximo das fronteiras da Rússia (...), esta nova fronteira da NATO vai ficar a 100km de S.Petersburgo, a 2ª maior cidade da Rússia.

HFG: Exactamente, os objetivos traçados por Vladimir Putin para esta ofensiva militar estão todos a sair gorados e a ameaça, a suposta ameaça da NATO, acaba de acrescentar cerca de 1300 km de fronteira com a NATO e uma proximidade de 100km, que do ponto de vista militar não é nada. Agora, parece-me importante esta tomada de decisão da Finlândia, que - creio - vai ser seguida pela Suécia - pelo menos pelas declarações políticas que têm vindo a ser feitas. E este processo vai ser relativamente rápido, vai demorar cerca de um ano, não devemos contar com muitas reticências além da Turquia e da Hungria, mas não são suficientes para bloquear o processo que tem de ser por unanimidade, mas é um passo histórico. Nós estamos a viver História. Estamos a viver o reanimar de uma aliança que até há bem pouco tempo o presidente francês dizia que estava morta...

Pivot: Em morte cerebral...

HFG: Em morte cerebral porque estava paralisada. Neste momento, os europeus aperceberam-se que têm de trabalhar para a sua segurança, que a paz não é um dado adquirido. Tivemos 70 longos anos de paz, mas não é um dado adquirido. Nem as liberdades, direitos e garantias são dados adquiridos. E isso é algo que podemos agradecer a Vladimir Putin. Ao usar o pretexto da NATO, acabou não só unir a NATO como reforçar a posição e a importância desta aliança, que é uma aliança defensiva e que funciona pela disuasão, não é uma aliança ofensiva. E é importante sempre salientar este aspecto da NATO.

E não são apenas os comentadores. Dos Estados Unidos, o secretário de Estado da Defesa, Lloyd Austin, disse que, na sua visão,
"quando se olha para o cálculo de Putin, a NATO é a aliança militar mais poderosa e que a Rússia não quer enfrentar a aliança da NATO (...) a NATO tem as mais avançadas capacidades do que todas as outras em termos de aeronaves, navios, tipo de armanento de que as forças no terreno usam, portanto, é um tipo de luta que ele não quer ter. Isso iria rapidamente escalar para um tipo de competição que ninguém quer ver".
Contudo, diversos militares portugueses com diferentes sensibilidades, ouvidos nas televisões portuguesas mesmo pela CNN, consideram que se trata de uma iniciativa extemporânea e pouco produtiva para a paz - Por exemplo, o coronel Mendes Dias, na CNN, às 11h20: A ameaça nuclear
"tem sido banalizada e não pode ser banalizada. (...) isso é um perigo, porque se lhe deixa de dar a sua verdadeira importância (...) as consequências para os povos são durante muitos anos. Para a NATO deveria ser uma verdadeira linha vermelha e dever-se-ia dar credibilidade às linhas vermelhas". Pior ainda quando essa eventual adesão, "acreditando no argumentário russo para esta invasão (...) acaba por ser uma derrota, uma fragilização da Rússia".
Ora, o tipo de mensagem auto-confiante dos Estados Unidos que parece subvalorizar a reacção russa - e que é reproduzido pelos comentadores pró-NATO - redunda num verdadeiro movimento para a confrontação, não é um contributo eficaz para a referida paz. Com comentadores destes, é caso para voltar a estar atento à reacção do Kremlin. Porque da última vez e com os comentadores a acicatarem as audiências para a guerra, a coisa não correu bem. Ou então correu demasiado bem para os Estados Unidos que é quem comanda literalmente a NATO. Mas não para quem sofre com as guerras.

14 comentários:

Anónimo disse...

"... os comentadores a acicatarem as audiências para a guerra, a coisa não correu bem..."
Os comentadores não acicatam audiências para a guerra.

Há, em curso, uma guerra. Uma guerra iniciada pela Federação Russa. Os diferentes Países vão-se posicionando.
Como habitualmente nestas ocasiões todos os outros Países (com ou sem NATO), vizinhos ou longínquos, ou arriscam e aderem rapidamente a um dos lados -normamalmente ao prospecto vencedor- ou esperam para escolher e até "evoluir" na respectiva posição.
Neste caso repare-se nas evoluções das posições da China e da Alemanha (esta com ou sem NATO).

Vitor Correia disse...

"Ou então correu demasiado bem para os Estados Unidos que é quem comanda literalmente a NATO. Mas não para quem sofre com as guerras"

Nem mais. O jornal Politico dizia há dias que a anglosfera tentava ajudar a Ucrânia, enquanto a Europa tentava ajudar-se a si própria. Anglosfera??? Descodificando: Os Estados Unidos, o seu braço armado NATO (Mário Soares dixit), e o seu cãozinho de estimação estão prontos para deitar óleo sobre as chamas numa área optima para "fogos reais", enquanto a Europa se interroga: Quando derem de frosques, como aconteceu no Afeganistão, quem apanha as canas somos nós?

Compreende-se a frustração.

Anónimo disse...

Se querem acabar com a guerra exijam o fim dos paraísos fiscais, o pleno emprego e a subida generalizada dos rendimentos do trabalho.

Anónimo disse...

A guerra está a ser utilizado para manter a preponderância dos impérios, a manutenção do capitalismo nos termos em que nos está a ser apresentado vai matar muito mais gente do que a guerra da Ucrânia.

TINA's Nemesis disse...

O país mais rico do mundo, os EUA, que "não tem" dinheiro para um Serviço Nacional Saúde quer dar 33 biliões de $$$ à Ucrânia!
Onde é que acham que os 33 biliões de $$$ vão parar? Ainda é necessário responder?...

Biden asks Congress for $33 billion to support Ukraine through September

https://www.cnbc.com/2022/04/28/biden-to-ask-congress-for-33-billion-to-support-ukraine-through-september-.html

Biden é melhor que Trump?
É este o herói que vai salvar os EUA do fascismo de Trump e companhia? Pois, pois...

Anónimo disse...

Em vez de comentar análises, discursos e comentários, o melhor era comentar e analisar ações.
Como por exemplo estas:

"Avião russo detetado a violar espaço aéreo da Suécia"
https://www.dn.pt/internacional/avisao-russo-detetado-a-violar-espaco-aereo-da-suecia-14814647.html

"Helicóptero militar russo viola espaço aéreo da Finlândia"
https://www.dn.pt/internacional/-helicoptero-militar-russo-viola-espaco-aereo-da-finlandia-14824697.html

E se fosse um avião ou helicóptero militar de um país NATO a sobrevoar a Rússia?

Anónimo disse...

E pena que os politicos deste mundo sejam tao estupidos e ignorantes que nao sao capazes de pensar por eles proprios ;tudo o que vem da America e que eles acreditam .POBRES CABECINHAS .As profecias a respeito da Finlandia nao serao nada boas se este estado se fizer membro de UMA ORGANIZACAO CREMINOSA (NATO) E SO LER no blog....

Anónimo disse...

O dn.pt é uma entidade noticiosa fiável? A agência que lhe fornece as notícias também o é? Procurem um vídeo recente publicado pela Reuters e logo de seguida apagado e vejam outro exemplo parecido publicado pela revista alemã Spiegel. Já agora vejam e ouçam as opiniões de oficiais norte americanos, de combatentes franceses, canadianos recém chegados da Ucrânia, do ex embaixador dos Estados Unidos na Rússia, reparem nas recentes afirmações do Papa, enfim procurem o contraditório, já que a imprensa não o faz e tornou-se num mero veículo de uma narrativa de pensamento único, pró guerra. Não se fala nos oligarcas ucranianos, na vergonha que é o apoio e treino de milícias nazis, por parte de países que se auto intitulam defensores das liberdades e dos direitos humanos que vergonhosamente e publicamente dão corpo claro e objetivo á ideia de que " os Estados Unidos querem lutar contra a Rússia até ao último ucraniano. Verifiquem também a atribuição da cidadania britânica ao Zelenski e família, a todos os elementos do governo ucraniano, muitos com ligações às milícias nazis e ultra-nacionalistas e como cereja no topo do bolo, aos serviços secretos ucranianos SBU. Estranho quando a constituição ucraniana apenas permite a cidadania ucraniana. Os comentadores especialistas pró-guerra não têm problema absolutamente nenhum em mandar às urtigas anos e anos de uma neutralidade laboriosamente trabalhada na diplomacia do silêncio sem ruído mediático. A Rússia á muito perdeu a guerra mediática, os oligarcas norte-americanos do "deep state" são os que mais ganham, os europeus perdem em toda a dimensão e finalmente o povo ucraniano a grande vítima de uma elite cleptocràtica que suga a vida de um povo, até á medula, da qual ninguém fala.

Vasco disse...

Tipo isto?

https://en.m.wikipedia.org/wiki/2021_Black_Sea_incident

Carlos Marques disse...

Afinal este blog é democrático? Já chega de censurar!

«irrazoáveis, ilegais, humanamente condenáveis... usados pela Rússia desde 24 de Fevereiro de 2022»
ERRADO.

FACTOS:
2014: golpe de extrema Direita na Ucrânia, com 5 mil milhões dos EUA (ingerência externa). Início da repressão de milícias armadas Banderistas/NeoNazis contra o SudEste. Resistência organizada no Donbass para evitar limpeza étnica.

2015 e 2017: 2 acordos de PAZ de Minsk, promovidos pela Rússia que recusou o pedido dos povos do SudEste da Ucrânia de criar a Novorrússia!
2019: corporação RAND explica plano dos EUA de desestabilizar Rússia e obrigá-la a intervir, para depois aplicar sanções e expandir ainda mais a NATO.

2021: Zelensky continua guerra de 8 anos no Donbass (+13 mil mortos), promete alargar guerra e invadir a Crimeia (anexação Russa mais legal e democrática que qualquer coisa da UE). Mais armas da NATO na Ucrânia, exercícios militares Ucrânia+NATO de provocação à Rússia. Voto da Ucrânia na ONU a favor da glorificação do Nazismo! só ao lado dos EUA.

2022-Fev-14: Ucrânia tem concentração de tropas ofensivas na linha da frente do Donbass, viola cessar-fogo, começam bombardeamentos, diz OSCE!
2022-Fev-15 a 22: segundo OSCE o nº de explosões no Donbass chega às 1400 diárias e tem relatório com mapa que mostra que grande maioria é contra zona urbanas de Donetsk e Luganks!
2022-Fev-19: na Conferência de Munique, Zelensky repete ameaças à Rússia, insiste na guerra no Donbass (= viola acordos de PAZ de Minsk), ameaça invadir Crimeia (= invadir Rússia), entrar na NATO (= deixar de ser neutro e passar a ser inimigo da Rússia numa coligação com os criminosos de guerra recordistas das invasões: EUA), e fala também em violar tratados de não-proliferação do nuclear e promete adquirir essas armas (= ter armas nucleares apontadas a Moscovo, em nome dos EUA).
2022-Fev-23: Rússia reconhece independência das Repúblicas do Donbass, com toda a razão LEGAL com base no precedente Kosovo.

2022-Fev-24: Rússia inicia operação militar especial com base no artigo 51 da ONU, de ajuda a território que está a ser atacado/invadido de forma ilegal. Com a agravante desse crime ucraniano ser feito por exército que é (fonte: OSCE 2021) composto em 40% por militares de Extrema-Direita (102 mil), ou seja, Banderistas NeoNazis e toda a corja durante 8 anos culpada de forma documentada de violações de direitos humanos.

Se estivesse na Rússia em tempos de paz, seria anti-Putin, provavelmente seria detido de vez em quando. Mas se estivesse na Ucrânia nestes 8 anos, estaria numa vala comum após ser torturado pelos Galicianos (tb de inspiração NeoNazi) do SBU, ou pelos Azov que gostam de fazer "safaris" onde caçam "negros da neve" numa referência às pessoas de Esquerda, aos ucranianos russófonos e aos Russos.
Na Rússia poderia festejar o Dia da Vitória contra os Nazis. Na Ucrânia os NeoNazis proibiram.
Na Rússia o partido Comunista é o maior da oposição. Na Ucrânia está ilegalizado, militantes perseguidos, líderes presos, torturados e assassinados. Provavelmente é esta a razão das tais valas comuns em Bucha, após aqueles 3 dias, entre a saída dos Russos e anúncio do "genocídio", em que o SBU e companhia andou a fazer operação de "limpeza"...

Porque FACTOS valem mais que propaganda, apoio esta invasão. Rússia tem 100% razão. A seguir é à Finlândia, que agora está farta da PAZ que lhe foi GARANTIDA ao longo de 70 anos pela sua neutralidade, até mesmo no tempo da USSR de Stalin, e quer agora declarar guerra à Rússia aderindo ao bloco militar OFENSIVO, criminoso de guerra, e genocida que é a arma do imperialismo do regime NÃO-democrático dos EUA e da sua oligarquia do Complexo Militar Industrial.

Após 2022, vou poder continuar a dizer que nunca na vida apoiei NeoNazis. O vergonhoso governo do PS (e toda a oposição da Direita Capital-Fascista) nunca mais vai poder dizer o mesmo! São a VERGONHA de Portugal.

Napoleão disse...

Completamente de acordo com o comentário do "anónimo" 13.05.2022 das 00h15. Tudo o que diz é verdade, inegável.
Só as cabecinhas azúis e amarelas é que não alcançam, tal é a lavagem cerebral que levaram e continuam a levar.

Anónimo disse...

Carlos Marques, excelente comentário.

José disse...

Em tempo, excelente artigo

https://www.abrilabril.pt/internacional/um-estado-em-vias-de-colapso

JR disse...

https://www.odiario.info/a-face-oculta-de-volodymyr-zelensky/