Segundo a Ameco, a base de dados estatística disponibilizada pela União Europeia, a variável adjusted wage share, percentage of GDP at current market prices (ALCD0) ou, em português, peso ajustado dos salários em percentagem do PIB a preços correntes de mercado, é o resultado do quociente que se obtém dividindo Compensações Nominais por Trabalhador (o que inclui salários, ordenados e contribuições da entidade patronal para a segurança social) por PIB Nominal por Trabalhador. Ou seja, é a variável que mede aquele peso da retribuição do trabalho no PIB.
Com base em dados da Ameco e, para 2022, em informação do Orçamento de Estado e cálculos próprios, projeta-se abaixo a evolução desta variável para Portugal, para a Alemanha e para a zona euro.
A este respeito, hoje, dia 1 de Maio, dia dos trabalhadores, que informação divulga a conta Twitter do primeiro-ministro António Costa?
Usando os critérios europeus acima mencionados, eu e o João Rodrigues escrevemos o seguinte num artigo - Do trabalho para o capital: as verdadeiras contas certas - do Le Monde diplomatique - edição portuguesa de Maio (já está no prelo):
Em termos de rendimentos, o que prevê agora o OE para 2022? Prevê que os salários reais recuem 0,8% e que a produtividade cresça 3,5%. Assim sendo, o que podemos concluir? Podemos concluir que, comparativamente com 2021, o poder aquisitivo dos salários vai recuar 0,8% e que, tudo o resto igual, caindo 4,3% o peso das remunerações no PIB, se operará a maior transferência de rendimento do trabalho para o capital a que já assistimos em Portugal no século XXI.
1 comentário:
O 1° Ministro teria consciência que a afirmação estava errada ou alguém lhe forneceu informação falsa?
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