sexta-feira, 8 de abril de 2022

Zero em aprendizagem


«É preciso ter lata, mas muita lata... Como é que se atreve a vir falar das reformas que o PSD fez, ou ter sido obrigado a baixar salários? Sabe uma coisa, sabe qual foi o erro do PSD? Eu vou-lhe dizer: quando o ministro Teixeira dos Santos veio à televisão dizer que era necessário chamar a troika e o fundo monetário internacional, devíamos ter deixado que os funcionários públicos, e toda a gente, ficassem sem receber os salários. Um mês, dois meses! E ouça, aprendiam!!! Era, ouça... era, era... ouça, era, era... era uma pressinha!! Aprendia o povo e aprendia o Partido Socialista... Mas não, o PSD veio, o PSD veio cobrir...»

Da resposta da deputada do PSD, Mónica Quintela a Marcos Perestrelo (PS), ontem, no debate do Programa de Governo, sugerindo arrependimento pelo facto de a governação PAF ter «apenas» optado por cortes nos rendimentos, em vez de ir ainda mais longe, não pagando salários a funcionários públicos («e toda a gente») durante um ou dois meses. Deixando claro que ainda há, no PSD, quem não tenha percebido a crise financeira de 2008 e o erro das políticas de austeridade (com os seus efeitos contraproducentes), mantendo além disso intacto o registo punitivo («aprendia o povo») com que as assume. Vale aliás a pena ver o registo desta intervenção, pelo tom e gesticular associados. Todo um programa, um velho programa.

2 comentários:

jose duarte disse...

Eu diria que a resposta da deputada Paula Quintela foi verdadeiramente elucidativa do que o PSD pensa sobre as política económica para Portugal. O PSD nunca foi capaz de refletir, com seriedade, sobre o programa da "troika"que, aceitaram, sem pestanejar e sem respeito pelos portugueses. Um programa incompetente que apenas serviu para empobrecer o país e criar ainda mais dependência financeira.Nem a UE acredita no que fez....
Provavelmente a deputada não teria sofrido com os cortes salariais que protagonizou no debate.
Num momento difícil para todos nós,o PSD mostra por que é que teve um tão medíocre resultado eleitoral.

Anónimo disse...

O problema é que desta vez a deputada tem razão. O PSD tinha o desejo de agarrar o poder a qualquer preço. O PSD acabou por ter que executar o desesperado acordo assinado pelo PS e pela Troika, assumindo o ónus de culpado dos sacrifícios então impostos.
O PSD enfiou o barrete. O PS, o autor da deficitária administração, safou-se.
E sim, ainda estamos a tempo de ver o PS alcançar a sua proverbial falta de fundos e ser incapaz de cumprir com as suas promessas eleitorais perante funcionários, reformados e pensionistas.