Depois do fascismo e da guerra, o país estruturou-se em torno a dois eixos - a Igreja Católica e o Partido Comunista. Ambos tinham uma presença difusa na vida dos italianos que se identificavam com cada um dos pilares. De um lado a missa, os padres e o Papa, as organizações de paróquia, os programas de férias, o sindicato católico e o partido da Democracia Cristã. Do outro lado as casas do povo, as festas locais e nacionais do L’Unità, os lideres do partido e a memória de Gramsci, a URSS como referência (ainda que crítica), a CGIL como grande confederação sindical e o PCI como força política sem paralelo na Europa Ocidental.
O PCI era demasiado grande para ser ignorado, capturando o espaço político que noutros lados foi ocupado pela social-democracia. A ideia de estar sempre afastado do poder, apesar da força eleitoral e social que detinha, foi-se tornando difícil de digerir pelos seus dirigentes. Primeiro tentaram um compromisso histórico com a DC de Aldo Moro. Com o assassinato deste, e face ao crescimento dos socialistas nos anos 80, a opção do PCI foi aproximar-se paulatinamente do centro político. Já fora assim com a adesão ao chamado ‘eurocomunismo’, ainda mais com a auto-dissolução do próprio partido e a criação do Partido Democrático de Esquerda em 1990.
Mas mesmo isto não foi suficiente para atingir os objectivos dos líderes comunistas reformados. Até porque a vida política do país entrava então em completa convulsão - 40 anos de coligações entre democracia-cristã e socialistas (ou quaisquer outros que evitassem a necessidade de acordo com o PCI) conduzira a níveis de corrupção insustentáveis, até em Itália. O resultado foi a operação 'Mãos Limpas' e o desaparecimento dos outros dois principais partidos do país: PSI e DC desagregavam-se e, a par da transformação do PCI em PDS, deixavam os italianos num estado de orfandade política, criando espaço para afirmação de outros projectos políticos. Estavam criadas as condições para o surgimento de Berlusconi (e a sua 'anti-política' Forza Italia), a Liga Lombarda (independentistas xenófobos) e os ex-fascistas reciclados da Alianza Nazionale. Chegam ao poder em 1994, deixando a esquerda em estado de choque. Pelos vistos, foi só o início.
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1 comentário:
oi,sou alisson douglas,brasileiro.fico cada fez mas suprendido com a atual fase da historia dapolitica nacional italiana que é senpre dec se supreender.dando a população a sensação de falta de altoridade do estado nacional em vista de sua fragilidade da republica italiana
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