quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A paz dos cemitérios

Crescimento do número de visitantes, visibilidade do museu na comunicação social, obtenção de relevantes apoios mecenáticos, organização de um leque de exposições (entre as quais destaco a extraordinária exposição «Grandes mestres da Pintura. De Fra Angelico a Bonnard» com obras da famosa colecção Rau).

O director do Instituto Português dos Museus reconhece que «fez um bom trabalho de divulgação e promoção do museu» (Público de hoje). Apesar disso, por divergências de orientação estratégica, o Ministério da Cultura decidiu substituir Dalila Rodrigues na direcção do Museu de Arte Antiga. É este tipo de cultura que corrói os alicerces da Administração Pública. O seguidismo político é mais valorizado do que a competência e o bom desempenho. Por uma vez concordo com o editorial de José Manuel Fernandes pertinentemente intitulado «o direito de divergir sem deixar de servir o bem comum». Esta é a pergunta crucial para o PS: «será que a um alto quadro da administração pública só resta calar-se ou demitir-se quando sente que, à sua volta, tudo está a ser mal feito?». O drama é que a opinião dominante acha que sim. Mesmo que isso custe a destruição do tal bem comum. É a preferência pela paz dos cemitérios.

1 comentário:

xatoo disse...

bom, esses processos de intenções são todos muito bonitos (o mundo está felicissimo com esse consenso alargadissimo que até inclui o JMF e a Sonae) porém,
no final, a discussão irá sempre fatalmente parar ao mesmo: a base de sustentação: não se pode gastar o que não se tem.