1. Parafraseando Mao, há caos debaixo dos céus do G-7, a situação é excelente. Esta organização dos ricos capitalistas, que merece ir para o caixote do lixo da história, foi criada, em 1975, em reacção à assertividade do chamado nacionalismo internacionalista do Terceiro Mundo, manifestada, por exemplo, pela aprovação na ONU, em 1974, do projecto de Nova Ordem Económica Internacional. Este assentava, entre outros, no controlo nacional dos recursos estratégicos. Um espectro a esconjurar pelo G-7.
2. As contradições aparentes entre os países do G-7 e a perigosa deriva russofóbica e sinofóbica, sintomas da preocupação com a necessária multipolaridade que aí se exprime, só são ultrapassadas pela hipocrisia dos países mais ricos em relação à Amazónia que arde. Não é apenas o facto de haver empresas multinacionais do Atlântico Norte aí directamente envolvidas, é também, por exemplo, o facto de a UE ter assinado um princípio de acordo de comércio e investimento ditos livres com o Mercosul de Bolsonaro e de Macri, dando fôlego a uma agronegócio de exportação que avança em direcção à floresta.
3. Como bom globalista, António racha-sindicalistas Costa conseguiu ter o topete de defender este acordo, típico da globalização neoliberal, com o argumento de que haveria uma qualquer cláusula ambiental nele contido. Enfim, a protecção do ambiente requer, pelo contrário, desglobalização, cadeias de valor menos extensas e mais localizadas, menos picanha e carne das pampas deste lado. A incrustação nacional e local de partes crescentes da economia é uma questão de controlo democrático e sem este não há planeamento com preocupações ambientais ou outras que nos valha.
4. Este tipo de acordo com Mercosul deve ser atirado para o caixote do lixo da história, tal como a máquina de liberalização chamada UE que o promove. Que haja gente de esquerda que ainda acha que uma UE que faz acordos destes com gente desta merece ser defendida como uma espécie de baluarte anti-fascista é algo que escapa à compreensão. Na realidade, a UE é hoje uma máquina de geração de fascismo em parte do continente. Os mecanismos gritam. O anti-fascismo, hoje como ontem, só floresce com enraizamento nos concretos solos pátrios, o que não é incompatível, antes pelo contrário, com o internacionalismo mais consequente.
5. É realmente intolerável, mas sintomático de uma tentação autoritária que casa bem com o globalismo, que o nosso Ministério Público pareça andar agora à caça de sindicatos, complemento do braço direito do Estado à histeria de verão de elites, incluindo de certa esquerda. Esta última é a que não só não mexe uma palha por quem trabalha, como até convive bem com quem aprova prolongamentos da experiência da mais absoluta precariedade e aceita a herança da troika para o mundo do trabalho, desculpem, da colaboração, assim é que é.
6. António racha-sindicalistas Costa diz que não quer a esquerda no governo. Realmente, nesta correlação de forças e com o PS neste estado ideológico, a irrepetível solução foi o melhor que se conseguiu e com nervos de aço para remover as direitas do poder. Esperando assistir a mudança na tal correlação, espero não assistir aos apelos dos do costume para não sei que convergências, baseadas em não sei que vagos programas.
24 comentários:
Obrigada pelos comentários sempre lúcidos. Não entendo como a esquerda ainda apoia a UE. No Terceiro Mundo, não esperamos resistência real ao acordo. Não espero resistência a mais nada, me perdoem o cru realismo.
Comecei por pensar que estava a ler o Bateira…
Mas vamos só a este tópico:
«É realmente intolerável, mas sintomático de uma tentação autoritária que casa bem com o globalismo…»
O que me surpreende é que depois de invocar a fixação de dietas alimentares, se condene o autoritarismo quando o lógico seria reclamá-lo e formular um extenso receituário.
Porque os sinais são esses e em crescendo, do corretês à pontuação cidadã chinesa.
Se a salvação do planeta implica regulação autoritária haja a coragem de o dizer, e não se ignore que esperar o governo planetário para o fazer é condenar o planeta a ser destruído ou exaurido no processo.
E sempre se atente a que as mudanças se começam na própria casa, e só ouço falar em picanha a propósito do G7, e da floresta a propósito da Amazónia !!!
Quando se diz que António costa é um líder de esquerda percebemos de imediato o "deslocamento" do conceito, quando ouvirem a palavra "socialista" tentem perceber realmente o que significa, socialismo actual é a defesa dos mais fortes, dos que têm mais poder, contra os que têm menos, é a justiça sem decência, os enganos são cada vez menos disfarçáveis e a ignorância cada vez mais esclarecedora.
(Começou jose a pensar que estava a ler o Bateira
E o que temos nós a ver com os pensamentos enviesados de Jose?)
Mais uma excelente posta de JR
Que faz agitar de forma cómica o dito jose , para os braços da picanha numa comparação néscia com a Amazónia
Já percebemos
Trata-se de jose proteger o flanco de dois dos seus ídolos, bolsonaro e macri
Mais uma vez a capacidade de síntese associada à clareza. João Rodrigues mostra porque é uma das vozes mais interessantes da economia política.
Cremos que a nomeação de Jorge Bateira a propósito deste post reflecte sobretudo o incómodo com o abordado. Importa contudo sublinhar que essa confusão invocada, ao contrário provavelmente do pretendido, nem desprestigia nem um nem outro.
Pelo menos agora disse-o, não há convergências. Mas depois se a Direita acabar no Poder, não se queixe. Também defendeu o Brexit e o RU prepara-se para o desencadear do 'Brittania Unchained' (https://en.wikipedia.org/wiki/Britannia_Unchained), lembra-se?
E até o pobre do Corbyn defende um novo referendo, que remédio, não percebeu que se os eleitores de um Partido não gostam do seu Programa, vão votar noutro Partido, chama-se escolha livre em Democracia...
A Esquerda da Esquerda, entre a frigideira e o lume, escolhe sempre o lume, pelo menos se queima mais depressa, sempre o sofrimento dura menos tempo, deve ser esse o raciocínio. Ou pode ser simplesmente que sinta uma maior afinidade pelos radicalismos de Extrema-Direita. No fundo, o programa é diferente, mas o leninismo é o mesmo...
Há uma coisa que você nunca percebeu. A maioria da população não quer as políticas que defende, nem nunca as quis e que eu saiba nunca ninguém pôs em causa os resultados eleitorais após 1975.
Que eu me lembre, o PS ainda tem bem mais votos que o PCP-PEV e o BE juntos. Numa Democracia governa a maioria e numa coligação o grosso do programa a aplicar é o do Partido mais votado.
Acha que é melhor não colaborar e esperar a tal mudança na correlação? Está no seu direito, é mais fácil ficar a berrar nas margens, imagino. Mas vai esperar sentado, porque há muita gente que nunca dará o seu voto ao BE ou ao PCP-PEV e sem a classe média, que eu saiba, não se ganham eleições...
O que também se esqueceu de dizer foi que a gestão dos recursos nacionais pelos novos nacionalismos foi muito pior do que nos Países Ocidentais, onde pelo menos os mecanismos de controle democrático permitem que existam políticas anti-corrupção, ambientais, etc.
Alguém dá alguma palha pela gestão em regimes como o angolano de Eduardo dos Santos, o de Chavez-Maduro ou pelas políticas desenvolvimentistas da China (não pode defender menos carne num dia e no outro linhas de comboio de alta velocidade e barragens que deslocam milhões de pessoas)? Claro que não dá, se se for honesto, isto é.
E não, o capitalist encirclement não explica tudo...
As pessoas não são parvas e não se esquecem tão depressa. Quem andou a defender o sol na terra da URSS não é, digamos muito credível, depois daquilo ter falido de cima a baixo. Pode ser que com o tempo a memória se apague, como se apaga com os fascismos. Mas não será para já...
Pelo menos com a UE as luzes ainda não se apagaram e não vai ser seguramente um País pequeno como Portugal que pode lutar sozinho contra uma crise ambiental global. Perdoe-me a provocação, mas se o Comunismo era o pão e a eletricidade, houve qualquer coisa que correu mal (https://www.cbsnews.com/pictures/north-korea-hermit-country-space-photos/)...
Se a Rússia não fosse governada por uma coligação de patrimonialistas e a China não fosse uma ditadura pura e dura, se calhar as nossas relações com elas eram melhores... Não é que Russos e Chineses sejam exatamente santos, mas é sempre mais fácil malhar em democratas, quem lhes manda ter um programa mais atrativo que os da Esquerda Radical? Não eram os social-democratas de Weimar o maior inimigo do KPD, assim pensava Estaline?
Quantos órgãos de comunicação social vão mais além do que o elogio de basbaque a esta coisa do G7? Ou do que a descrição das palhaçadas internas para consumo externo...?
Quem ousará lembrar a defesa do "controlo nacional dos recursos estratégicos" nestes tempos de globalização néscia?
Quantos ousam escrever que o que os une, a esses do clube,é também o medo de um mundo multipolar que se desenha e em que a demonização da Rússia e da China são passos vitais para o desenrolar da peça encenada?
E o que dizer do que se passa na Amazónia, para além do noticiário folhetinesco entre bolsonaro e os seus ministros, Macron e as suas "dádivas", ocultando as negociatas e os agronegócios que alimentam o fogo que lavra ?
António Costa e os sindicalistas.
António Costa e a globalização neoliberal.
António Costa e o acordo com o Mercosul. ~
António Costa e a perda da soberania nacional,logo do controlo democrático, do planeamento económico, da protecção do ambiente
António Costa e a máquina de liberalização que é a UE
António Costa e a farsa "anti-fascista" que é essa mesma UE
António Costa e a UE como uma máquina de geração de fascismo em parte do continente.
António Costa e o abandono das lutas nacionais e do internacionalismo mais consequente
António Costa e a perseguição do MP a sindicalistas
António Costa e as elites em veraneio, em que navega também uma certa esquerda
António Costa e a defesa da precariedade laboral
António Costa e a assumpção da herança da troika no mundo do trabalho
António Costa que não quer a esquerda no governo
Tudo pontos chaves, concretos que, ao mesmo tempo que centram o debate, abrem pistas e leituras, resumem muito bem estes tempos recentes
Qual não é o espanto que, perante este libelo, surja um tipo a falar de "dietas alimentares, na defesa do autoritarismo e no governo planetário?
Isto é o quê? Uma derivação para nos atermos nas idiotices assim invocadas e não reflectirmos sobre o trazido a debate por JR?
Ou cenas macacas que também não escondem um abandono argumentativo e um anquilosamento ideológico, a socorrer-se da beira da estrada para não se ver a estrada da Beira?
Concordo plenamente! A falta que nos faz uma esquerda de luta...
Que vergonha de comentário , o de Jaime Santos
Puro ódio. Aldrabices sobre aldrabices, mentiras sobre mentiras.
Começa logo com: um. “pelo menos agora disse-o, não há convergências”
Leva-se o texto de JR. Verifique-se que é dito claramente que é “Costa que não quer a esquerda no governo”
Desgraçado país que tais “ elites” tem Desgraçado pais em que uma desavergonhada ex-social democracia, agora pinga amores com a democracia cristã (?) e assume os estribilhos dum neoliberalismo de trampa.
Sob um paleio incrível Aldrabando e mentindo por baixo do perfume sempre indelével da servidão ao grande poder económico
Trabalho há uns bons anos, como consultor independente em projectos "ditos de apoio ao desenvolvimento", alguns dos quais financiados pela UE, na modalidade de doação. Vou-me retirar em breve, como muita clarividência e profunda desilusão sobre o sistema (forma simpática para não utilizar outra palavra). Isto vai de alto a baixo. Apesar disso, (ainda) sou europtimista.
Anónimo de 31 de agosto de 2019 às 09:23:
Concorda o anónimo com o texto presente, como acontece com muito boa gente (e até com gente que não concorda, mas que apregoa tal, para seguir um caminho particular).
Acontece que acrescenta um ponto interessante, falando na falta que nos faz uma esquerda de luta... Acrescenta ...
Não quer dizer que não haja erros à esquerda , que seja preciso corrigir. Pela luta também
Mas também acontece que o post é claro sobre o que faz falta:
" António racha-sindicalistas Costa diz que não quer a esquerda no governo. Realmente, nesta correlação de forças e com o PS neste estado ideológico, a irrepetível solução foi o melhor que se conseguiu e com nervos de aço para remover as direitas do poder"
Ou seja,a irrepetível solução foi o melhor que se conseguiu. E essa irrepetível solução partiu do PC, e a ela se agregaram o BE, o PEV e o PS.
Com nervos de aço para remover as direitas do poder. A esquerda luta. Nem toda, como diz bem o autor do post. "Esta última é a que não só não mexe uma palha por quem trabalha, como até convive bem com quem aprova prolongamentos da experiência da mais absoluta precariedade e aceita a herança da troika para o mundo do trabalho, desculpem, da colaboração, assim é que é"
Todos sabemos a quem se refere João Rodrigue. Também acho que todos sabemos o que pretendem certos indivíduos. E também sabemos a raiva e o ódio que a "irretível solução" produziu entre as hostes das direitas
Europtimista?
Isso é uma profissão de fé?Ou um slogan partidário?
Quando se fala "de alto a baixo" quer-se geralmente dizer que o sistema está tão podre que já nem há coragem de o defender.
Pelo que há que misturar tudo num molhe e encomendar o "negócio" a soluções musculadas. Uma das saídas para os neoliberais quando o poder lhes é contestado por vários lados e as contrdições se aprofundam e agigantam
Para que servem mesmo os André Venturas?
Jaime Santos:
"Pelo menos agora disse-o, não há convergências.Mas depois se a Direita acabar no Poder, não se queixe. "
O que João Rodrigues disse:
"António racha-sindicalistas Costa diz que não quer a esquerda no governo. Realmente, nesta correlação de forças e com o PS neste estado ideológico, a irrepetível solução foi o melhor que se conseguiu e com nervos de aço para remover as direitas do poder. Esperando assistir a mudança na tal correlação, espero não assistir aos apelos dos do costume para não sei que convergências, baseadas em não sei que vagos programas."
Ao que parece o que também se denuncia é a recusa de Costa à esquerda e a possibilidade de convergências à direita. Como sucedeu por exemplo com a legislação laboral
Jaime Santos percebe a diferença entre o que se disse e o que ele diz?
Essa cabeça quente de jaime Santos...
Parece que não gosta de quem defendeu o Brexit.
Parafraseando o pobre jaime Santos chama-se escolha livre em Democracia...
Parece que Jaime Santos andou anos aqui a fio a defender a "democracia inglesa" e a "civilidade" daquele povo ( esquecendo a história pejada de cadáveres prematuros causados pelo império britânico) em contraponto às revoluções que abalaram o mundo.
Os resultados estão à vista.
Essa de erigir mitos que não passam de tretas manipuladoras acaba sempre por dar mau resultado
Agora agarra-se dessa maneira um pouco tosca ao "pobre" Corbyn. Desse jeito aí em cima expresso.
"Parece que não há remédio senão fazer um novo referendo..."
Ao que as ditas elites chegaram. A dita escolha democrática mandada às urtigas.
Mas continuam a pregar a mesma treta sem se aperceberem da manifesta hipocrisia
Um mimo
Parece às vezes que a sandice tomou conta do raciocínio de Jaime Santos.
Ou será apenas o reflexo de uma consciência pesada por afinal preferir as grilhetas de Bruxelas e os convívios de compadres com os neoliberais?
As imagens são ricas. Fala na frigideira e no lume e até sabe que a esquerda escolhe o lume. Certezas dele, porque quem não lhe segue o respeito pelas grilhetas é isso que escolhe pela certa. Está escrito em qualquer manual do sofrimento alheio, como se sabe. Ou de culinária.
Parece que também se vai especializando em leninismo, o "pobre" jaime Santos. Diz barbaridades como quem diz fake news, embora não se envergonhe de partilhar neste caso os métodos de Trump. A esquerda parece que tem maior afinidade pelos radicalismos da extrema-direita (ah esses radicalismos das extremas. Os da direita parece que são os preferidos; tanto pela direita, como pela esquerda, como pelo próprio JS)
No fundo, e segundo a douta sapiciência, o programa é diferente, mas o leninismo é o mesmo...
Um mínimo de decência não seria mau. Porque o que sobra é a imagem de alguém que se vende assim a troco destas idiotices escritas em letra de forma. Com uma falta de classe directamente proporcional aos da classe que JS defende
Partirá depois JS para uma verdadeira lição de ciência política.
O coitado confunde tudo.
Vejamos, o que será isto?
" A maioria da população não quer as políticas que defende, nem nunca as quis"
Mas o que têm as ideias que alguém defende com a maioria da população?
Desde quando as ideias, os pensamentos, as opiniões estão sujeitas ao escrutínio público?
E mesmo se falarmos no plano estritamente eleitoral, porque motivo não apresentar aos outros as ideias que se defendem , independentemente de estas serem ou não minoritárias?
Parece que de facto quando se aprofunda a coisa, o que sobra é esta concepção da vida feita a compasso da ditadura.
Afinal quem tem de facto medo do livre debate de ideias é quem passa a vida com a palavra "democracia" na boca. E na oração
E continua JS na sua lição de ciência política:
"Acha que é melhor não colaborar e esperar a tal mudança na correlação?"
Porque será que isto tem o ar de ameaça proferida em interrogatório policial e pidesco? Ou de chantagem assim para o rasca?
"Berrar nas margens" continuará JS.
Mas porquê nas margens?
E porque não defender o que se acha justo defender, independentemente das ameaças ou do local onde se esteja?
E ainda continuará JS:
"há muita gente que nunca dará o seu voto ao BE ou ao PCP-PEV e sem a classe média, que eu saiba, não se ganham eleições... "
Esse eleitoralismo em debates um pouco mais profundos cheira a coisa néscia. É pena que JS não tenha percebido que não estamos nem no Público nem no Observador ou a mercadejar votos na praça pública
E depois JS revela uma visão dos factos de uma estreiteza espantosa. Terá sido por causa dessas suas posições baseadas na fé e na doutrina ( neoliberal?) que as suas certezas sobre a derrota do Brexit cairam por terra tão estrondosamente ?
E a classe média? Jaime Santos nunca se esquece dela. De facto os que se chamavam sociais-democratas defendiam outra coisa.
Jaime Santos ainda não reparou na erosão desta dita classe? Ainda não reparou que o futuro ridente apresentado por essa UE não tem passado afinal de um fado faduncho para encher o ouvido e que a cada dia que passa está mais longe de se concretizar?
Ainda não reparou que a proletarização da dita classe media, o seu empobrecimento vai de par com a concentração da riqueza num cada vem menor número de mãos? E que a melhor defesa da tal referida classe é romper de vez com a vampiragem dos tais 1% que come tudo, tudo, tudo?
Porquê repetir slogans manhosos de propagandistas do regime ao estilo de um manuel Carvalho ou de um João Miguel Tavares?
Passa depois JS para o controlo dos danos ambientais, defendendo a gestão dos recursos nacionais pelos Países Ocidentais, onde pelo menos os mecanismos de controle democrático permitem que existam políticas anti-corrupção, ambientais, etc, etc etc
A hipocrisia é uma coisa tramada.
A propósito da intervenção de Macron. Algumas das empresas que mais desmatam a floresta amazónica são francesas: o Crédit Agricole e o BNP Paribas; a Dreyfuss; as empresas Guillemette & Ciee Groupe Rougier (http://www.esquerdadiario.com.br/Qual-o-interesse-de-Macron-Merkel-e-o-G7-diante-do-fogo-bolsonarista-na-Amazonia). Não faltam exemplos de outros países.
Qual tem sido a "intervenção de controlo democrático" nestes países perante estes crimes ambientais?
O lixo produzido pelos tais países democráticos e que é impingido aos países do terceiro mundo é mais uma prova de tais "cuidados" com o ambiente
A Malásia vai devolver 3 mil toneladas de resíduos plásticos aos seus países de origem, nomeadamente Espanha, Reino Unido, França e EUA. .
Depois da China ter proibido o desembarque de resíduos de plástico, a Malásia ocupou o lugar como destino e as fábricas de reciclagem multiplicaram-se por todo o país. Muitas funcionam sem qualquer licenciamento, com graves consequências ambientais.
O plástico impróprio para reciclar acaba por ser queimado, libertando produtos tóxicos para a atmosfera ou acaba em aterros, contaminando solos e lençóis freáticos.
Neste contexto, 60 contentores de lixo importado ilegalmente vão ser devolvidos aos remetentes, declarou a ministra do Ambiente, Yeo Bee Yin.
“Esse contentores foram introduzidos ilegalmente no país mediante falsas declarações, entre outras infrações, em manifesta violação da nossa legislação ambiental”, afirmou Yeo Bee Yin aos jornalistas, citada pela Reuters.
“Pedimos insistentemente aos países desenolvidos para reverem a sua gestão de detritos plásticos e de parar de exportá-los para os países em vias de desenvolvimento”, acrescentou a responsável.
A gestão dos recursos nacionais pelos novos nacionalismos (?) parece ser mais adequada e proteger mais as populações, do que a dos aldrabões dos ex-colonizadores que exportam a merda que produzem para os países do terceiro mundo
Jaime Santos está rouco. Chegou ao limite das suas teses em defesa do colorido mundo onde a classe média vive e se deleita
O que fazer?
Simples. Falar em Angola, na Venezuela e na China
Com a China está tramado. A dita classe média chinesa parece que singra a uma maior velocidade que o expectável
Mas porque JS repete o estribiçho tantas vezes gasto? Porque não falar nas dezenas e dezenas de países capitalsitas onde ninguém dá alguma palha pela gestão?
Porque falar em Maduro e em Eduardo dos Santos, como se o que estivesse em discussão fossem estes, os seus processos ou os seus países?Parece que foge por engasgamento argumentativo.
E porque não falar em grandes tubarões capitalistas, grandes defensores do Capital, como o príncipe herdeiro saudita mohammed bin salman? Ou de Trump, o capitalista por excelência ou em Bolsonaro, o capitalista-fascista por assumpção do próprio?
E depois de falar em Angola e na Venezuela, o que resta a jaime Santos?
Isso mesmo
Repare-se no seu "método"
Atira para a discussão algo que ninguém dissera. Assim de chofre. Cite-se: "E não, o capitalist encirclement não explica tudo..."
Alguém disse que sim? Alguém o focou? Isso serão pretextos para mais uma lição de ciência política à moda de JS? Para construir o seu enredo do jeito que quer?
Fala JS em honestidade?
Quer falar à viva força da URSS.E até de estaline. Provas de que a desorientação se apossou dele. A desonestidade também. Por essa ordem ou ao contrário.
Podia ao menos ter a verticalidade de se referir ao que JR escreveu:
" a perigosa deriva russofóbica e sinofóbica, sintomas da preocupação com a necessária multipolaridade"
JS revela que afinal não está apenas interessado num casamento feito de amor com as grilhetas de Bruxelas e com os neoliberais de todos os cantos. Está também interessado num mundo unipolar sob a batuta do imperialismo americano, agora sob o turno de Trump
JS atira pela borda fora a importância de se ter um mundo que não seja dominado por uma única potência. Quer manter os EUA como o garante do poder militar e da guerra. Quer mais guerras da Jugoslávia e mais Iraques e mais Líbias e mais Sirias. Não se importa que o mundo expluda,desde que o mundo seja dominado pelos States. E com a sua guarda de fieís e cobardes parceiros que amoucham a todas as ordens do dono do mundo
Porque do que aqui se trata é da defesa dum mundo multipolar, sem que um deles possa ditar as suas ordens da forma como o tenta fazer um trump ou um seu sucedâneo.
E tal conceito, tal imagem é dolorosa para JS. Tal como o é para os do G7.
Eles sabem o que preferem e porque o escolhem
Uma última nota.
Dirá ainda JS:
"é sempre mais fácil malhar em democratas, quem lhes manda ter um programa mais atrativo que os da Esquerda Radical"
Qeum mandou a trump ter um progrma mais atractivo do que. Ou os tipos do Brexit? Ou mesmo o Orban?
Estamos neste nível de argumentação
É aflitivo o discurso cheio de nadas e de contradições de JS. Que não tem pejo em usar a mentira como arma ideológica e a manipulação como arma política
(Percebe-se agora porque andou por aí armado em provocador barato para com JR. Queria simplesmente que fosse banido por comportamento inqualificável face a quem escreve os textos.
Para se vitimizar.
Mas também para assim escapar à demonstração da enorme vacuidade do seu discurso
É pena. E sinceramente o digo
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