Isto num país em que a liberdade de associação sindical é, antes do mais, a liberdade dos trabalhadores se organizarem definindo o âmbito do seu sindicato. Querem abrir a caixa de Pandora e começar a investigar os filiados dos sindicatos, por esse país fora?
Quem quer ver-se livre de sindicatos que acha indesejáveis trate de os esvaziar, motivando os seus membros a filiar-se em sindicatos que efetivamente respondam aos problemas específicos dos seus trabalhadores... MAS que respondam MESMO!!! E que sejam MESMO CAPAZES de o fazer!
Quem quer que os sindicatos SEJAM MESMO CAPAZES de responder aos problemas dos trabalhadores e pesar na negociação coletiva faça o favor de respeitar o direito à greve constitucionalmente consagrado; e de legislar revogando as normas de caducidade unilateral das convenções coletivas e repondo o princípio do tratamento mais favorável aos trabalhadores! Quem quer que os sindicatos SEJAM MESMO CAPAZES de responder aos problemas dos trabalhadores faça o favor de devolver o Direito do Trabalho à sua nobre função de proteção da dignidade do trabalhador e do trabalho decente - base de equilíbrio das relações laborais.
Depois não se queixem dos movimentos 'inorgânicos'! Lembrem-se do ensinamento de Brecht: "Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.""
O texto acima é o comentário de Maria Da Paz Lima à notícia Ministério Público pede dissolução do sindicato de motoristas de matérias perigosas.
4 comentários:
Lembrem se dos ensinamentos de Brecht... e do Brexit! É a completa alienação política da classe trabalhadora que torna possíveis os populismos!
Mas há algum problema com o Brexit?
Não foi isso decidido há 3 anos e ainda não cumprido?
Até iria mais longe; é a existência de um PCP como já não há na Europa que torna Portugal na excepção. Por tempos a TINA imperou, imposta ou desejada, ou ambas as coisas, mas houve sempre a acompanhá-la um discurso lúcido de defesa dos trabalhadores e dos seus direitos. Quer pela voz do PCP quer pela dos sindicatos, em especial os da CGTP. O BE acrescentou uma dose de populismo de esquerda e tudo somado garantiu a excepção que é ser exemplo de como resistir à extrema-direita nacionalista e populista que por outros lados impera.
Tem alguém ou conjunto de pessoas achar se no direito de cobrar algo que outros indivíduos, no pleno exercício das suas liberdades, também elas constitucionalmente garantidas, nunca aceitou pagar?
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