quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A direita, o investimento e a construção

Contas Nacionais, INE,
Apenas uma adenda ao post do Ricardo Paes Mamede, acima. Apenas uma imagem que fala quase por si.

Questões:

1. Olhando para as linhas, acha mesmo que, como defendem os dirigentes do PSD e CDS, o investimento está em queda?

2. Ouvindo as declarações dos dirigentes da direita, acredita que eles estão mesmo preocupados com a evolução da construção? Eles que, de 2010 a 2014, denegriram a vocação da produção nacional em construção, defendendo a destruição da "má" economia, ou seja, aquela economia que não se dedicava à produção de bens transacionáveis (como a esmagadora maioria das pequenas e médias empresas)? Lembra-se?

Olhe-se para o gráfico seguinte. Ele compara a variação homóloga dos valores das variáveis (em volume), do investimento em construção e da formação bruta de capital fixo (FBCF), designação habitual para o "investimento". Parecem dois corações sintonizados. E caso se siga separadamente a evolução, por um lado, do investimento em bens de transporte e de equipamento, e, por outro, do investimento em construção, parece que este segue aquele. Veremos se será assim outra vez, dado que tudo se mantém numa situação de extrema fragilidade, após o governo de direita e a intervenção externa.

Recue-se uns anos. A construção afundou de 2010 a 2014 e foi responsável por parte significativa da explosão do desemprego e, consequentemente, afectou um sistema financeiro alavancado pela construção, por vários lados: 1) perdeu o crédito dado às construtoras; 2) perdeu parte do crédito à compra de habitação, com a subida do desemprego e o corte de rendimentos, sentindo a subida do crédito malparado. Se o sistema financeiro está frágil, incapaz de arriscar, muito disso se deve à política seguida pela direita durante a intervenção externa, quanto à construção. Prometeu-se em 2011 uma fénix na economia e tudo acabou como estava, apenas com mais desgraça e terra queimada, onde dificilmente o investimento pode despontar. Sobram, pois, os fundos comunitários para explicar o investimento...

Haja, pois, mais memória e humildade nas palavras que se usam.

Dito isto, muito mais se deveria fazer para relançar o investimento. Mas nada disso se conseguirá com o bafo da UE na nossa nuca.

12 comentários:

Jose disse...

«...denegriram a vocação da produção nacional em construção»

Vocação!!!
Vocação para deixar o edificado a apodrecer com leis das rendas idiotas.
Vocação para a construção de habitação nova apoiada em crédito bancário que significa dívida ao estrangeiro, proletários imobilizados por dívidas, desempregados em pânico e bancos falidos.
Vocação para alimentar câmaras e políticos e partidos com licenciamentos e especulação em terrenos.
Vocação para a obscena rede de autoestradas subutilizadas.
Vocação para o DISPARATE!

Jose disse...

«Dito isto, muito mais se deveria fazer para relançar o investimento. Mas nada disso se conseguirá com o bafo da UE na nossa nuca.»

O bafo que nos vai garantindo o crédito, o bafo que nos impede de cavalgar a cavalgadura socialista de derreter dinheiro, ou os subsídios para encher o país de parques de merendas e estruturantes benefícios para as entidades públicas?

Anónimo disse...

Leis das rendas idiotas?
Sobretudo a de Cristas.
Espera-se a investigação das negociatas por detrás da choldra da governação neoliberal

Anónimo disse...

"Vocação para a construção de habitação nova apoiada em crédito bancário que significa dívida ao estrangeiro, proletários imobilizados por dívidas, desempregados em pânico e bancos falidos"

Esta frase podia ser levada a sério. Mas não é. É um choradinho hipócrita. Invertebrado

Crédito bancário que significa dívida ao estrangeiro?
Sério?
Mas quando este defendia o lauto banquete dos bancos e dos banqueiros, em Janeiro de 2014, nestes terms precisos:
"Se não sabes que o papel dos bancos é pedirem emprestado (endividarem-se) para emprestar (ficarem credores) lucrando no processo, sabes pouco".

Anónimo disse...

Os bancos falidos que andou por aqui a lastimar-se pelo facto do "estado" colocar dinheiro neles?
Mas a quem pediu encarecidamente para continuarmos a pagar os desmandos da banca privada?

Traduzida aqui pela sua afirmação:
"Eu sei de um, (erro) e bem grande: atentar no alarido dos esquerdalhos e não ter financiado suficientemente os bancos em crise quando havia dinheiro para isso.

Ou os perdões aos saqueadores e aos criminosos traduzido nestes comentários assaz signficativos:
"o BPN é nada comparado com o despesismo do Estado, supostamente realizado em benefício de todos. E à luz de uma tal suposição que a todos é exigido o pagamento." (parece que podem chegar aos nove mil milhões de euros)

"Fico preocupadíssimo!!!!Devendo o país 190.000 milhões, parece que há uma 1.600 milhões que mudaram de sítio nas contas." (parace que são trocos os tais 1 600 milhões de euros...só que estes números ainda têm que ser multiplicados por mais de 5

Anónimo disse...

Já se percebe que não gosta de merendas. Ao seu desaprumo ideológico vem junto o ódio a tudo o que não corresponda à visão que tem o seu nariz adunco de seminarista sobre o modus vivendi de quem trabalha.

Entretanto fala em desempregados. Em pânico.

Ele, logo ele, que escrevia tais singelas coisas no auge do saque neoliberal:
"agora que a Lei do Trabalho tornou menos obscena a pretensa apropriação do emprego pelo trabalhador sem prazo e com vínculo"

E gritando de alegria e de rancor e em tom ameaçador proclamava " 2012: o ano do fim dos direitos adquiridos"

Anónimo disse...

O bafo é de facto repelente. O bafo da UE e o do jose.

E o bafiento bafista sai em defesa do dito bafo com termos como "cavalgadura".
Embora fiquem dúvidas sobre o significado do impedimento de cavalgar. Um apelo subretício ao fascismo que tanto preza?

Quase tudo dito

Anónimo disse...

(porque quanto às câmaras e políticos e partidos com licenciamentos e especulação em terrenos.
e à obscena rede de autoestradas subutilizadas... ele que vá perguntar a morada de quem governou o país. Pode começar pelos que tanto admira, desde Cavaco até Ferreira do Amaral. Passando obviamente pelo seu tão amado António Borges. Tudo gente com raízes fundas no tempo do dito estado Novo)

Jose disse...

O cuidado dos esquerdopatas em não nomear o Sócrates comove-me em extremo.
É o verdadeiro herdeiro 'daquele que não se pode nomear' agora em exibição na fantástica e trágico-cómica saga do socialismo em Portugal.

Anónimo disse...

O bolsona, perdão o jose quer que produzam os comentários à sua medida.

Quer que lhe imitem os gestos e o pensamento.

Não consegue (e por isto tenta corrigir o abjecto do seu comentário) é vender a ideia que para a destituição dum presidente há um ítem que considera as amizades do dito como causa para tal.

Daí que permaneça o nojo do comentário de alguém que transpira por todos os poros o seu amor aos golpes de Estado deste tipo. Não consegue dar um único argumento que legitime a fraude. E pensa que está num dos seus blogs, onde se vomita a ideologia da extrema-direita dos golpistas.

Sorry , mas não passa. Nem esta cobardia da trampa aqui demonstrada

Anónimo disse...

O crime de responsabilidade de que estava acusada (Dilma), pela chamada «pedalada fiscal», tinha merecido já da parte do Senado uma perícia, que concluiu que Dilma não contribuiu para que houvesse atrasos nos pagamentos do Plano Safra (que caracterizam as pedaladas). Não obstante, os senadores mantiveram a acusação e afastaram a presidente. De notar que, dos 81 senadores, pelo menos 47 têm problemas com a Justiça, estando 12 deles indiciados no processo Lava-Jato.
(estes não são esquerdopatas, no linguarejar de Bolsonaro e do JgMenos/Jose)
Dilma foi eleita por 54 milhões de brasileiros. Este foi um «golpe de Estado institucional», não se tratando «do afastamento das suas altas funções de alguém que cometeu qualquer crime que o justificasse». Esteve em causa «uma grande operação do grande capital brasileiro.

Por isso os Bolsonaros...que fazem aquilo que sabem fazer. E também bolsam

Anónimo disse...

Nota: A imitação dum amante dum torturador deve ter uma resposta à altura.
Ponto final parágrafo

Quanto ao pedido sobre quem não pode nomear... que se deixe de rodriguinhos e que diga ao que vem.
O "não se pode nomear" deve derivar dum rito duma seita a que pertence, pela certa