segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Leituras

«O holandês, com os caracolinhos de um "pãozinho sem sal" de político "by the book", percebeu que estava numa peça com um "script" que não podia controlar, pelo que, num tom um pouco embaraçado, limitou-se a dizer (lendo-as) as "deixas" que trazia alinhadas de casa. Nada de novo e nada de surpreendente: a UE limita-se a dizer o óbvio da cartilha bruxelense e a deixar que sejam os gregos a ir a jogo e apresentar as novidades. Ai dele se, perante Berlim, cometesse algum erro, ousando um improviso que pudesse vir a ter leituras ínvias. Mais holandês do que socialista (a "Internacional Socialista" é, historicamente, um albergue espanhol, onde cabe sempre mais um), o jovem Dijsselbloem (só soletrar isto divide a Europa!) mostra uma ousadia de movimentos de um moinho do seu país e deve sofrer imenso ao ter de confrontar-se com estes "bárbaros", que põem em causa a ortodoxia do "consenso de Bruxelas".»

Francisco Seixas da Costa, Grécia - Europa

«Nada o impedia de reconhecer que vira Salgado e de lembrar cordatamente o seu dever de reserva. (...) Mas Cavaco, que sempre foi vingativo e provinciano, não ficou pela solução mais lógica e acrescentou muito excitado que nunca comentara a situação do BES, tinha citado simplesmente a opinião do Banco de Portugal sobre o BES. (...) Ora, como o país logo concluiu, o Presidente da República não citaria a opinião do Banco, se não concordasse com ela. E, como o Banco se enganara, isto levou à ruína uns milhares de accionistas e depositantes do BES, que acreditavam na autoridade e no bom senso do dr. Cavaco. (...) O dr. Cavaco exibe a cada passo, até nos mais pequenos pormenores, a sua incapacidade para o cargo em que infelizmente o puseram. Este incidente não é uma gaffe inócua e desculpável, é uma intervenção profunda na vida material do país, agravada por uma fuga desordenada à franqueza e à verdade política. O sr. Presidente da República devia daqui em diante observar um silêncio penitente e total, com o fim meritório de não assanhar a crise que ele consentiu e em parte criou.»

Vasco Pulido Valente, Voto de não-confiança

10 comentários:

Jose disse...

Fazer comentário político tem suas agruras.
Num caso traveste-se a política de perfis psicológicos irrelevantes, no outro dá-se por certo que confiar e concordar são uma e a mesma coisa.

Valha-nos a Língua Portuguesa que é pródiga em palavras.

Anónimo disse...

Como?

Perfis psicológicos irrevelantes?

"Irrelevante" será para jose o que não lhe afaga o ego e não lhe massaja a pieguice em torno deste subdito dos mercados e funcionário em exercício medíocre e rasca?

Jose faz o que pode mais o seu comentáro político.Que como se sabe tem as suas agruras ao identificar-se deata forma com o desqualificado do holandês.

Deve custar. A mediocridade e a submissão do indívíduo em causa é o espelho doutros exemplares em exercício na missão de acumulação do capital.
Algum mais habituado a meter a unha dirá que ele é pago no exacto padrão do direito ao retorno que tem como justo.

Mas a imagem apresentada por tal gentalha é de tal forma confrangedora que mais não resta do que "perfis psicológicos"em jeito de abrilhantador de saraus.

A imagem custa de facto.A mediocridade e a raiva mal contida passeia-se agora em caracóis nas passereles de má fama

De

Anónimo disse...

Mas se a coisa com o homem de mão da merkel e dos seus interesses já é patética, assume foros de escândalo quando se assiste a forma como jose tenta lançar água benta e desculpar aquela coisa sinistra de nome cavaco.

Confiar e concordar

Retomemos vasco pulido valante.Vasco pulido valete é alguém que é de direita.Já foi deputado do PSD. Assiste-lhe a ida no mesmo arco ideológico que cavaco.
Mas ao menos não tem a falta de coluna vertebral deste nem afina pelo diapasão da cumplicidade com o criminoso.

Que diz VPV?
"Nada impedia (cavaco)de reconhecer que vira Salgado e de lembrar cordatamente o seu dever de reserva."

Mas não: " Cavaco, que sempre foi vingativo e provinciano, não ficou pela solução mais lógica e acrescentou muito excitado que nunca comentara a situação do BES, tinha citado simplesmente a opinião do Banco de Portugal sobre o BES"
"o Presidente da República não citaria a opinião do Banco, se não concordasse com ela. "

Eu vou repetir para colocar em causa a afirmação de jose sobre o confiar e o concordar:
"o Presidente da República não citaria a opinião do Banco, se não concordasse com ela. "

CONCORDOU?
Concordou.

E daí a fuga.

E daí estes esforços patéticos
É altura de lhe exigir reparação por danos materiais. E não só a ele.

Mas há mais

De

Anónimo disse...

De JM Correia Pinto este comentário magnífico a um dos principais responsáveis e chefe de fila da governança:

"Cavaco finge julgar-se um ser superior para nunca ter de explicar os negócios e outros assuntos polémicos em que está envolvido. Já assim foi com as acções do BPN e com a casa da Coelha. Refugia-se numa pretensa superioridade moral – “Teriam de nascer duas vezes para serem mais sérios do que eu” – para não ser submetido ao contraditório democrático. Já assim actuava quando era Primeiro Ministro a propósito dos mais elementares assuntos de Estado por a sua personalidade autoritária e a sua conhecida instabilidade emocional não lhe permitirem participar num debate mais tenso sem o apoio imediato da emergência médica que é em democracia uma espécie de erzatz das medidas que noutro contexto as mentalidades ditatoriais gostariam de aplicar.
O mesmo se passa agora a propósito do BES. Cavaco recusa-se a prestar explicações à CPI, alegando a natureza reservada das conversas havidas nas audiências que concedeu, além de que já não se lembrar muito bem do que lhe foi dito.
Sobre o segredo nos assuntos públicos nem sequer valerá a pena pela enésima vez citar Kant, porque Cavaco não o reconhece como economista nem sequer como gestor de sucesso. Achará muito provavelmente que é mais um desses inúteis que anda a complicar as coisas simples para desconforto e prejuízo das pessoas que trabalham."

Cont

(De)

Anónimo disse...

"Mas talvez valha a pena ser mais terra a terra e dizer duas coisas muito óbvias ao sr. Cavaco Silva. Em primeiro lugar, quem define o que é e o que não é segredo de Estado é a lei, não é o Sr. Cavaco. E em segundo lugar, a reserva que acha que deveria manter por cortesia para com o seu interlocutor não tem neste caso qualquer razão de ser, porque é o próprio interlocutor que desvenda o teor da conversa que tiveram.
Cavaco não tem nenhum segredo de Estado para guardar. O segredo que Cavaco quer guardar é um segredo de polichinelo: conhecia a real situação do BES por informação prestada pelo seu principal responsável e continuou a afirmar publicamente que a situação do Banco era sólida, refugiando-se numa outra mentira do Banco de Portugal.
Cada vez se torna mais claro que todos, mas mesmo todos – Cavaco, Passos, Portas, Maria Luís, Carlos Costa, Bruxelas –, mentiram e mentiram muito sobre o BES. Mentiram nas declarações públicas que fizeram sobre a real situação do Banco, mentiram quanto ao modo como decidiram intervir, mentiram quanto à decisão e ao tempo da intervenção, mentiram ainda quanto às mensagens veiculadas para benefício de uns e prejuízo de outros.
Esta gente deveria ser responsabilizada pessoalmente, não como mandatários de funções públicas, porque o Povo não confere aos seus mandatários a faculdade de mentir, de aldrabar e de enganar, mas a título individual por comportamento doloso. E nem sequer vale a pena pensar em responsabilidades criminais, porque essas só atingem os mais pequenos, os que não tem dinheiro para se defender. O mais apropriado e o que mais lhes doeria seria responsabilizá-los civilmente pelos danos que causaram a tantos e tantos milhares de pessoas."

JM Correia Pinto

(De)

Anónimo disse...

A pergunta impõe-se:

Quando cavaco assinou a pensão aos dois pides , um dos quais implicado no assassínio de um cidadão a 25 de Abril de 1974, estava a confiar e a concordar

Nos pides

Quando recusou a pensão a Salgueiro Maia estava a concordar. E a confiar.

Nos pides

Uma figura sinistra.Apoiada e levada ao colo pelos seus sequazes

De

Anónimo disse...

Mas então o tal José ainda anda por aqui.!
Pensava que já tinha dar uma curva ( que bem merece).
Enfim, o pessoal tem de ter muita paciência para os comentários (sempre muito...)do fulano.

Anónimo disse...

A arrogância do (falso socialistas) Holandês já mete um bocado de nojo.
É claro que infelizmente não é só ele a meter nojo.
Mas o rapazola merecia que alguém o pusesse na ordem e o mandasse para a valente.....
Obrigado ao Ministro da Finanças Grego. Quem nos dera que por cá houvesse alguém com os ditos no sitio e fizesse o mesmo que ele.

Unknown disse...

Aqui os trolls mandam o articulista as urtigas e laçam-se como hienas aos companheiros de comentario.Pelos visto tanto faz que se escreva branco ou preto; o que interessa é dizer mal seja do que for.

Anónimo disse...

Ninguém manda o António cristovam às urtigas.

Altura de por os pontos nos is
Não se trata de dizer mal do cavaco, personagem sinistro desta história sinistra.

Precisamente pela necessidade de separação das águas e do apontar o dedo aos compromissos com personagens como a mencionada, o cavaco, é que se torna insuportável o discurso bolorento e de compromisso com quem não merece mais do que (pelo menos ) o nosso enorme desprezo.

E cavaco merece mais do que isso.Olá se merece. O político néscio e sem vergonha é a imagem directa da nossa direita ignorante e pesporrenta

De