Com toda a turbulência em torno da crise do euro, as notícias acerca da manipulação das taxas de juro inter-bancárias de referência têm passado por debaixo do radar. Estas taxas (Euribor, Libor, Tibor, etc...) são referência para um conjunto imenso de activos financeiros. No caso da Libor (a taxa britânica) estima-se que 350 biliões de dólares de activos estejam indexados. As famílias portuguesas também conhecem esta realidade pois os seus empréstimos à habitação estão normalmente indexados à Euribor.
Estas taxas são calculadas através de uma média ponderada do que é reportado pelos principais bancos de cada praça financeira. Ora, aparentemente, seis grandes bancos (UBS, JPMorgan,Citigroup, Barclays, Deustche Bank, RBS e ICAP) articularam-se para manipular os valores de referência em seu proveito. Dois aspectos impressionam nesta história. O primeiro está na forma como uma mão-cheia de instituições consegue manipular os preços, mostrando assim como a ideia de mercados competitivos não passa de uma ficção dos manuais de economia. O segundo diz respeito ao facto destas operações, algumas delas de 2008, terem passado ao lado dos reguladores públicos. Não tivesse havido uma denúncia e nada se descobriria.
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